Primeiro-ministro sueco fez lobby pelos aviões Gripen durante conversa a sós com o presidente brasileiro em Estocolmo
Após encontro com Jobim, vice da Boeing afirma que partes do F-18 poderão ser construídas no Brasil e acena com 5.000 empregos
Lula se referia à oferta da francesa Dassault, fabricante do Rafale, cuja venda à FAB chegou a ser anunciada durante a visita de Sarkozy. O Brasil voltou atrás em meio a acusações de favorecimento político, mas o ministro da Defesa, Nelson Jobim, reiterou anteontem sua preferência pelo avião francês que concorre, além do Gripen, com o americano F-18, da Boeing. O vencedor será anunciado nas próximas semanas.
Lula deu a declaração ao lado de Reinfeldt durante a 3ª Cúpula Brasil-União Europeia, em Estocolmo. Segundo a Folha apurou, o tema não constou nas discussões de Lula e Reinfeldt abertas para ministros e assessores, mas foi trazido à tona pelo sueco em uma rápida conversa a sós com o brasileiro, que negou já ter tomado uma decisão. O chanceler Carl Bildt também tocou no tema em reunião com Celso Amorim.
Lula brincou ao justificar o gasto com os caças: "Vi na televisão piratas sequestrando um navio pelo lado da Somália. Daqui a pouco aparece um pirata para pegar o nosso pré-sal, então nós temos que nos cuidar". Em Brasília, após se reunir com Jobim, Bob Gower, vice-presidente da Boeing responsável pelo F-18, afirmou que parte da fabricação do caça americano poderá ocorrer no Brasil e que a linha de produção em conjunto com a Embraer pode gerar 5.000 empregos. Segundo o executivo, a manutenção e as atualizações do F-18 também seriam no Brasil.
O jornalista SAMY ADGHIRNI viajou a convite da Comissão Europeia
Colaborou a Sucursal de Brasília