E defende compra para evitar que "um pirata pegue o nosso pré-sal", brincou
Eliane Oliveira* Enviada especial - O Globo
ESTOCOLMO. Ao lado do primeiroministro da Suécia, Fredrik Reinfeldt, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que só conhece oficialmente a proposta da França (da empresa Dassault, que produz o Rafale), na disputa do contrato para a compra de aviões de combate pela Força Aérea Brasileira (FAB).
Lula disse ter recebido uma carta do primeiro-ministro sueco, há cerca de duas semanas, na reunião do G-20, em Pittsburg, nos Estados Unidos, mas ainda não a analisou.
Lula: "Temos que tomar conta de nosso pré-sal" Para justificar o grande interesse do Brasil na compra dos caças, Lula recorreu até mesmo à existência de piratas nos mares do Atlântico.
— O Brasil tem suas necessidades. Temos que tomar conta de nosso pré-sal, da nossa Amazônia. Temos 15 mil quilômetros de fronteira seca, 8 mil quilômetros de costa marítima. Sem contar que está cheio de piratas. Hoje eu vi na televisão que há piratas sequestrando navios pelo lado da Somália, ou seja, daqui a pouco aparece um pirata para pegar o nosso pré-sal — brincou o presidente.
Mais tarde, Lula teve uma reunião bilateral com Reinfeldt, que apoia a empresa sueca Saab na disputa pela venda do caça Gripen à FAB. Segundo um integrante do governo brasileiro, o tema não foi tratado durante o encontro, pois a intenção do primeiro-ministro era ter uma conversa reservada com o presidente brasileiro durante o jantar.
Lula disse que tomará uma decisão a respeito nas próximas semanas. Ele aguarda uma análise mais aprofundada do Ministério da Defesa.
(*) A repórter viajou a convite da União Europeia