Embraer disputa encomenda dos EUA

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Virgínia Silveira, para o Valor, de São José dos Campos

A Embraer participa do processo de seleção aberto pela Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), no fim de julho, para a compra de 100 aeronaves turboélice de ataque leve, na categoria do Super Tucano. A Embraer é apontada por especialistas do setor como a grande favorita da competição, tendo em vista que o Super Tucano é o único modelo no mundo com operação comprovada em missões anti-guerrilha, na Colômbia, que opera 25 aeronaves do modelo.

Se concretizada, essa seria a maior venda de Super Tucano já realizada pela Embraer desde o seu lançamento. Em 2008 o modelo foi responsável por mais da metade das exportações da área de defesa da fabricante brasileira, que totalizaram US$ 504 milhões. Este ano o Super Tucano recebeu oito encomendas da República Dominicana e 24 do Equador. A Força Aérea Brasileira (FAB) comprou 99 e já recebeu cerca de 72 unidades.

O processo de seleção ainda encontra-se na fase de pedido de informações, através da emissão de um RFI (Request For Information), que as empresas interessadas responderam no fim do mês de agosto. A oficialização do processo de concorrência se dá com a publicação de um pedido de proposta, conhecido no jargão militar como RFP (sigla em inglês), o que ainda não aconteceu.

Entre os prováveis competidores do Super Tucano nessa concorrência estão o modelo suíço Pilatus PC-9 e o americano T-6, fabricado pela Beechcraft. A aeronave americana, segundo apurou o Valor, está em desvantagem em relação ao Super Tucano porque a sua nova versão, o AT-6B, ainda encontra-se em fase de desenvolvimento.

"O Super Tucano já foi produzido, certificado e operado com sucesso e em combate, não só no Brasil, mas também na Colômbia", disse uma fonte. Outro ponto a favor do Super Tucano é a sua capacidade para carregar armamentos. O AT-6B tem capacidade para transportar 500 quilos de carga paga enquanto o Super Tucano pode carregar até 1,5 toneladas e equipamentos de missão.

A versão básica do Super Tucano custa entre US$ 10 milhões e US$ 15 milhões. Segundo uma fonte ligada à Embraer, o governo de Angola comprou em maio deste ano seis Super Tucano. É a primeira vez que a empresa realiza a venda de uma aeronave de defesa no continente africano.
 
No pedido de informações emitido pela USAF existe uma previsão de que as entregas iniciais das aeronaves aconteçam a partir de 2012 e que o primeiro esquadrão esteja operacional no ano seguinte. "Por enquanto só existe um pedido de informações para as empresas, o que não implica em nenhuma obrigação contratual por parte do governo dos Estados Unidos."

Caso a Embraer consiga concretiza a venda de 100 Super Tucano para a USAF, a empresa teria que, pela legislação americana, instalar uma linha de fabricação das aeronaves nos Estados Unidos.

Essa não seria uma dificuldade para a Embraer, tendo em vista que a empresa brasileira já está montando uma nova instalação em Melbourne, na Flórida, para atender a operação de Aviação executiva.

Além da Força Aérea dos Estados Unidos, a Marinha deste país também estuda a possibilidade de adquirir aeronaves Super Tucano. O modelo já vem sendo testado há mais de um ano pela Marinha americana para provar conceito como aeronave de apoio aéreo próximo, destinado as forças de operações especiais em conflitos.

O primeiro Super Tucano vendidos para os EUA, como avião demonstrador de conceito, foi recebido pela US Navy através de operação de leasing, feita pela EP Aviation, do conhecido grupo americano de segurança privada Blackwater.

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