Em uma das mais ousadas ofensivas contra a Guarda Revolucionária Iraniana, o exército ideológico do regime, um ataque suicida matou pelo menos 35 pessoas e deixou dezenas de feridos em Pishin, na fronteira com o Paquistão. Os comandantes da guarda participavam de uma reunião com chefes tribais, com objetivo de reforçar a unidade de xiitas e sunitas, quando foram surpreendidos pela explosão. Sete militares de alta patente, incluindo o general Nourali Shoushtari, uma das autoridades máximas do exército, estão entre as vítimas. Algumas agências internacionais afirmaram que o número de mortos foi 49.
De acordo com a mídia estatal de Teerã, o grupo radical sunita Yundulah reivindicou a autoria do atentado. A informação é do procurador-geral da província do Sistão-Baluchistão, Mohamad Marzieh. Em entrevista à agência Fars, o comandante das tropas, general Mohammad Pakpur, avisou que a resposta será "destruidora". "Os guardiões da revolução responderão de maneira severa e destruidora a esse pequeno grupo para que nunca mais possa ousar efetuar ações como essa no país", afirmou. O Yundulah (Exército de Deus) é um grupo radical sunita que atua há anos na fronteira do Irã com o Paquistão e o Afeganistão e é acusado de ter ligações com a Al Qaeda. Em maio, eles assumiram um atentado que matou 25 pessoas em Zahedan.
Acusação aos EUA
Apesar da provável autoria dos radicais sunitas, o presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, chegou a acusar os Estados Unidos de participar do ataque ao exército mais poderoso do país, que vem combatendo duramente o tráfico de drogas e armas na fronteira. Segundo a agência de notícias Isna, quando informou os colegas sobre o atentado, os deputados responderam com o grito de "morte aos Estados Unidos". Em nota, a Guarda Revolucionária também lançou suspeitas sobre o governo norteamericano, chamado de "mercenário da arrogância mundial". "Sem dúvida, esse ato selvagem e desumano está relacionado à estratégia satânica dos estrangeiro", afirmou a corporação.
Em resposta, os Estados Unidos negaram veementemente participação no ataque e criticaram os autores do atentado suicida. "Condenamos esse ato terrorista e lamentamos a perda de vidas inocentes.
As versões de um suposto envolvimento dos Estados Unidos são completamente falsas", anunciou o porta-voz do Departamento de Estado, Ian Kelly, em um comunicado distribuído à imprensa. Também em nota, o governo britânico condenou a ofensiva e o terrorismo, e enviou condolências aos familiares das vítimas.