Saab, que produz o Gripen reitera ter como 'grande trunfo' a permissão de 'efetiva transferência de tecnologia'
Tânia Monteiro, de O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse nesta quinta-feira, 10, que continuam abertas as negociações com as três empresas que querem fabricar os 36 caças que serão comprados pelo Brasil. Mas ressalvou que os compromissos apresentados pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, serão agora analisados para que se verifique se vão mesmo se transformar em ofertas da própria Dassault, fabricante do Rafale, considerado projeto preferencial pelo Brasil, conforme comunicado conjunto divulgado pelos dois governos, durante encontro no Palácio da Alvorada, na segunda-feira, 7.
Diante das ofensivas da Boeing, fabricante do F-18 e da Dassault, fabricante do Rafale, no processo de venda de 36 caças para o Brasil, a empresa sueca Saab, que produz o caça Gripen, reiterou ao Estado ter como "grande trunfo" a permissão de "efetiva transferência de tecnologia, pois o avião será desenvolvido verdadeiramente em conjunto pelos dois países".
O diretor da Saab no Brasil, Bengt Janér, listou alguns dos diversos componentes do avião que serão produzidos no País, como asa, trem de pouso, parte da fuselagem, 97% dos chamados avionics - como radar, capacete com mira laser, rádio datalink, entre outros.
Ele informou ainda que a Saab dará o mercado para a empresa brasileira, não só na América Latina, mas em todos os países do mundo onde ela tiver precedência. "Assim, na América Latina, África e onde a Embraer já tem mais penetração, em qualquer lugar do mundo, o produto será Embraer-Saab e onde a empresa sueca tiver mais força será Saab-Embraer", declarou ele, ao falar ainda da vantagem da integração dos armamentos, que poderá vir de qualquer país, "sem nenhuma restrição política, econômica ou técnica".
Ao explicar o andamento das negociações com a Dassault, o ministro Nelson Jobim disse que tanto a Saab quanto a Boeing, fabricante do F-18, poderão apresentar novas complementações de suas propostas. "O processo continua, não se encerrou ainda", disse ele. "O importante é que há uma decisão política do presidente da República de ampliar sua aliança estratégica com a França."