Nova estratégia interligaria sistemas antimísseis. Órgão quer pressão do Kremlin sobre o Irã
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Rasmussen, propôs ontem uma nova era de cooperação estratégica com a Rússia, um dia após o presidente norte americano, Barack Obama, ter estendido a mão a Moscou ao cancelar o projeto de escudo antimísseis no Leste Europeu.
Ressaltando a necessidade de atuarem em conjunto “diante de ameaças comuns”, como a proliferação nuclear, Rasmussen sugeriu interligar os sistemas antimísseis dos Estados Unidos, Otan e Rússia, e pediu para Moscou pressionar o Irã a suspender suas ambições armamentistas.
– Acredito que, de todas as relações entre a OTAN e os países aliados, nenhuma detém um potencial maior do que o relacionamento Otan-Rússia – disse Rasmussen em seu primeiro discurso a frente da secretaria-geral da aliança, em Bruxelas. – Espero que a Rússia se una a nós e coloque o máximo de pressão política e diplomática sobre o Irã para que corte suas aspirações nucleares.
Para restabelecer a confiança, Rasmussen sugeriu “revitalizar” o Conselho Otan-Rússia – órgão de consulta entre a aliança e Moscou – para que ambos possam abordar temas como a luta contra o terrorismo, a proliferação de armas de destruição em massa e a estabilização do Afeganistão, “sem prejulgamento”.
A proposta de Rasmussen foi elogiada pelo embaixador russo na OTAN, Dmitri Rogozin, que rogou para que suas palavras se transformem em ações imediatas.
– Foi muito positivo, muito construtivo e teremos que analisá-la juntos para o começo de uma nova cooperação.