SANTIAGO. Um juiz chileno anunciou ontem ter emitido 129 mandados de prisão contra policiais e militares acusados de responsabilidade pelo desaparecimento de dezenas de esquerdistas durante ditadura de Augusto Pinochet, nas décadas de 70 e 80. Os oficiais são acusados de assassinato e de outras violações de direitos humanos em ações ligadas à perseguição de líderes do Partido Comunista, em 1976, e à Operação Condor, que reunia outras ditaduras do continente.
Ontem, após uma reportagem do jornal "La Nación", o Exército chileno admitiu que ainda paga salários a 14 dos ex-agentes da Dina, o serviço secreto de Pinochet. Segundo o jornal, eles recebem entre US$ 450 (R$ 900) e US$ 2.200 (R$ 4.400) mensais.
De acordo com dados do governo, 3.197 pessoas foram mortas durante a ditadura chilena (1973-1990), sendo que 1.200 são tidas como desaparecidas.
Não é possível que se financie, com recursos públicos, essas pessoas que estão diretamente ligadas a um episódio negro da nossa história — disse Lorena Pizarro, líder de uma associação de parentes das vítimas