Brasília - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, defendeu ontem que o programa nuclear brasileiro tenha apenas fins pacíficos e enfatizou que o país não tem qualquer pretensão de desenvolver armas com tecnologia nuclear.
– Se a tivéssemos (arma nuclear), seria ilegal, ilegítima e inconstitucional – afirmou Jobim, ressaltando que há impeditivos jurídicos para isso previstos na Constituição Federal de 1988. O ministro fez as afirmações durante a abertura da Conferência Internacional Nuclear do Atlântico, no Rio, ao comentar recentes declarações do vice-presidente José Alencar defendendo o desenvolvimento de armas nucleares para proteção das fronteiras e contra "a cobiça internacional", especialmente depois da descoberta das reservas de petróleo na camada pré-sal.
– As observações que o senhor vice-presidente da República fez são observações que entram em sua posição especialíssima em termos de ter a manifestação de ideias próprias. Basta ver as recorrentes manifestações em relação a juros. É legítimo que faça manifestações e as afirme.
O ministro também negou que o Brasil apoie o programa nuclear do Irã, considerado polêmico, tendo sido acusado por alguns países do Ocidente de estar desenvolvendo bomba com tecnologia nuclear.
– Não devemos aplaudir nenhum programa com proliferação de armas nucleares – completou.
(Com agências)