Município prepara terreno para abrigar fornecedores da nova fábrica que vai produzir o helicóptero Cougar
Patrícia Rennó - Estado de Minas
Varginha – Itajubá, no Sul de Minas, já está se preparando para receber empresas de fornecedores de peças para a Helibrás, maior fabricante de helicópteros da América Latina. Controlada pelo Eurocopter, a empresa vai fabricar a maior parte dos 50 helipcópteros de transporte militar Cougar, que integram o acordo militar entre Brasil e França, ratificado na segunda-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega francês, Nicolas Sarcozy.
Para produzir o modelo Super Puma (EC725), a Helibrás vai construir uma nova fábrica, no próprio terreno onde está instalada, com investimentos previstos de US$ 400 milhões. Empresários brasileiros esperam que o índice de nacionalização do Cougar chegue a aproximadamente 100%, num negócio de US$ 1 bilhão. Segundo a empresa, os três primeiros helicópteros estão sendo produzidos pela Eurocopter em Marignagne, França, para transferencia de tecnologia e até que a nova fábrica fique pronta. As duas aeronaves seguintes serão feitas nos dois países – e, a partir daí, a produção será concentrada em Itajubá.
A secretaria municipal de Ciência, Tecnologia, Indústria e Comércio vai ceder 10 terrenos pertencentes à prefeitura, que ficam ao lado da sede da Helibrás, para as empresas locais que já são fornecedoras e pretendem ampliar a produção. Quatros empresas da cidade – Elle Effe e Pontual, que já trabalham com o acabamento interior em couro dos helicópteros; e as serralheiras USM e São Judas Tadeu – já apresentaram projetos. A expectativa é que sejam gerados mais de 200 empregos imediatos.
O município pretende criar, até o final de 2010, a Vila Empresarial, para abrigar 12 empresas de várias áreas. "A nossa intenção é criar um ambiente adequado para a ampliação da demanda. A cidade está vivendo um momento privilegiado", diz a secretaria de Ciência, Tecnologia, Indústria e Comércio, Leandra Machado Santos.
Ao todo, a compra dos 50 Cougar helicópteros envolve R$ 5,1 bilhões, dos quais R$ 4,9 bilhões serão financiados por um consórcio formado pelos bancos Societé Generale, BNP Paribas, Calyon e Santander.