BRASÍLIA. A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado autorizou ontem o governo federal a tomar empréstimos de 6,1 bilhões de euros (cerca de R$ 16,4 bilhões) para financiar a construção de submarinos e de helicópteros para as Forças Armadas. A maior parte do dinheiro será destinada a fabricar quatro submarinos convencionais e pagar a assistência francesa à construção de um nuclear. A autorização ainda precisa ser confirmada pelo plenário do Senado. As propostas foram aprovadas por unanimidade na CAE.
Segundo o texto enviado pelo Palácio do Planalto, os recursos serão tomados de sete bancos europeus: BNP Paribas, Société Générale, Santander, Calyon, Credit Industriel et Commercial, Natixis e Santander. O governo terá 15 anos para quitar a dívida.
A maior parcela dos recursos, 4,3 bilhões de euros, será destinada ao Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), da Marinha. O objetivo é construir quatro submarinos tipo Scorpène e financiar, com apoio da França, o desenvolvimento da parte não-nuclear de um submarino movido a reator atômico. Também está prevista a construção de um estaleiro e uma base para submarinos na Baía de Sepetiba, no Rio.
A parte restante, 1,7 bilhão de euros, será investida no Projeto H-X BR, que prevê a produção de 50 helicópteros de médio porte e aviões modelo EC 725, a partir de parceria entre a empresa francesa Eurocopter e a brasileira Helibrás.
Após serem aprovadas, as propostas foram encaminhadas ao plenário do Senado em caráter de urgência, mas não haviam sido votadas até o início da noite de ontem. Os dois relatores na CAE, senadores César Borges (PR-BA) e João Vicente Claudino (PTB-PI), defenderam a necessidade de reaparelhar das Forças Armadas