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01 setembro 2009

Chefe militar dos EUA no Afeganistão cobra reforma de estratégia

General McChrystal recomenda, em relatório ao Pentágono, o "aumento do esforço integrado" para vencer o confronto

Documento não aborda o envio de mais tropas, o que depende de estudo de custo e da avaliação de como isso seria visto pelos afegãos



JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

A vitória na Guerra do Afeganistão é possível, mas depende de uma mudança de estratégia. Essa é a conclusão do general Stanley McChrystal, comandante das forças americanas e da Otan (a aliança militar ocidental) na região em relatório de revisão da atuação no país entregue ontem ao Pentágono.

"A situação no Afeganistão é séria, mas o sucesso pode ser alcançado e requer a implementação de uma estratégia revisada, compromisso e resolução e aumento do esforço integrado", afirmou em comunicado.

McChrystal trabalhou nesse relatório desde junho, quando assumiu o cargo. Uma das principais preocupações do general, no entanto, ficou fora do documento: a necessidade de mais soldados.

O secretário da Defesa, Robert Gates, já dissera antes que qualquer solicitação nesse sentido deveria ser feita separadamente. O número de soldados estrangeiros hoje no Afeganistão chega a 103 mil - 63 mil dos EUA. Até o fim do ano, o total de americanos será de 68 mil.

Gates afirmou ontem que qualquer aumento adicional de tropas levará em conta a avaliação se o movimento seria percebido pelo povo afegão como uma ocupação ou uma parceria, ou ainda uma perda de confiança. Afirmou ainda que é preciso atentar para os custos.

O relatório inclui o pedido de aumento das forças de segurança afegãs e uma aceleração no ritmo de treinamento desse pessoal. Atualmente, existem cerca de 134 mil policiais afegãos e 82 mil soldados.

O relatório foi divulgado no momento em que os EUA veem avanço do Taleban no país e uma escalada no número de mortes dos seus soldados, que neste ano chegou a 179.

Agosto foi o mês mais sangrento do conflito. O envio de mais tropas para a região pode representar um custo político adicional para o presidente Barack Obama. A última pesquisa Washington Post-ABC afirma que apenas 49% consideram que o conflito vale a pena.

Na visão de McChrystal, o foco deve ser a proteção do povo afegão, de modo a isolar os insurgentes. Isso significa, na prática, não só investir no arsenal de guerra como também em desenvolvimento econômico e governança. Além disso, avalia que 60% do problema estaria resolvido se os militantes do Taleban tivessem emprego.

O país ainda se encontra em uma espécie de limbo político, com a falta de um resultado final para as eleições realizadas no último dia 20. O pleito enfrentou mais problemas no sul do país. Lal Mohammad, um fazendeiro de 40 anos, disse a repórteres em um hospital de Cabul que foi surpreendido por militantes do Taleban a caminho do local de votação. Ele teve as orelhas e parte do nariz decepados.

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