JOANICE DE DEUS
“Existe um trecho da Bíblia que diz ‘Bem aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus’. Aqui também temos homens abnegados, que estiveram no Haiti, que tanto sofre, carente, e com tanta pobreza”. A frase dita pelo comandante do 9º Batalhão de Engenharia de Construção (9º Bec), tenente-coronel Fernando Miranda do Carmo, marcou ontem a cerimônia de homenagem aos 18 militares que integram a tropa enviada pelo Exército de Mato Grosso para a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah). Eles chegaram no último dia 25.
O grupo fez parte da missão durante seis meses. Entre eles, estava o sargento Onésio Gonçalves Sabóia. “Foi uma grande experiência, sobretudo, aprendemos a dar mais valor à vida. No Haiti, a gente se depara com muito sofrimento e muita miséria”, destacou.
Para ele, uma das maiores dificuldades foi a saudade da família, que esteve presente na cerimônia. “A distância da família pesou bastante. A gente vê que é feliz e não sabe”, disse lembrando a perda, durante um comboio, de um colega do Rio de Janeiro (RJ). “Mas a gente sempre quando sai para uma missão, neste caso uma missão real, estamos preparados para tudo”, comentou.
O retorno do sargento Onésio significou um alívio para os filhos e sua esposa Edna Fagundes Pereira Sabóia. “Foi um período difícil ficar sozinha com os filhos, um deles adoeceu, mas superamos. A gente sempre fica com receio de missões como estas, mas ele está bem e é o que importa”, afirmou.
De acordo com o comandante Miranda, os militares mato-grossenses integraram a Companhia de Engenharia, responsável por obras como pavimentação asfáltica e reabertura de estradas. “Ajudaram na recuperação do país”, comentou. “Não sei se podemos falar isso, mas aprenderam a ser mais brasileiros, mas patriotas durante esses seis meses que representaram o Brasil, o Exército Brasileiro e o 9º Bec”, disse acreditar.
Além disso, Fernando Miranda comentou que o pelotão está pronto para participar de outras operações ou obras em qualquer canto do mundo. “Em qualquer país, no Brasil, e
Anteontem, o prefeito da Capital, Wilson Santos, solicitou ao comandante do 9º Bec que avaliasse a possibilidade de dar continuidade às obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) paralisadas desde a Operação Pacenas.
Segundo Miranda, um capitão do Instituto Militar de Engenharia do 9º Bec continua no Haiti até o fim deste ano. “Provavelmente um novo grupo deve integrar a missão no ano que vem”, informou.