Jornal do Commércio
MOSCOU – Pouco antes de completar um ano do início do conflito militar entre Rússia e Geórgia, no próximo dia 7, do qual foi pivô, o território separatista georgiano da Ossétia do Sul acusou, anteontem, a Geórgia de disparar morteiros contra sua capital, Tskhinvali. Em reação, a Rússia, que reconhece a Ossétia do Sul como Estado independente, avisou ao governo da Geórgia que se reserva o direito de usar a força para defender civis. No entanto, os supostos lançamentos não deixaram feridos.
Segundo a Ossétia do Sul, dois morteiros foram disparados contra um posto de observação militar a partir da vila de Ditsi, no lado georgiano da fronteira, que fica a algumas centenas de metros ao sul da capital sul-ossetiana. Uma afirmação similar já havia sido feita na quinta-feira, e analistas alertaram para o perigo de novos conflitos na região.
A Geórgia negou qualquer disparo e, em meio à crescente tensão por conta da proximidade do aniversário do conflito com a Rússia, disse que a afirmação revela uma intenção agressiva dos russos.
A comunidade internacional não deveria permitir que a Rússia a engane, disse o porta-voz do ministro do Interior da Geórgia, Shota Utiashvili.
O próximo dia 7 marca um ano da entrada de tropas georgianas na separatista Ossétia do Sul. A iniciativa provocou uma resposta militar por parte da Rússia, dando início a uma guerra que durou seis dias. O Ocidente acusou a Rússia de resposta desproporcional no episódio. Um cessar-fogo negociado pela União Europeia garantiu a permanência de tropas russas na Ossétia do Sul e em outro território separatista georgiano, a Abkhazia. A Rússia mantém milhares de soldados da Ossétia do Sul.