“O Exército e o povo da República Democrática do Povo da Coreia (Coreia do Norte) nunca permanecerão passivos enquanto nuvens sombrias de uma guerra nuclear estão se formando sobre o território inviolável de seu país”, alerta um comunicado do supremo comando militar de Pyongyang, divulgado ontem pela Agência Central de Notícias Coreana (KCNA, pela sigla em inglês). O mesmo texto ameaça “varrer” os Estados Unidos e a Coreia do Sul do mapa com armas nucleares. “Se os imperalistas dos EUA e do grupo de Lee Myung-bak (presidente sul-coreano) ameaçarem a DPRK com ogivas nucleares, retaliaremos contra eles com ogivas nucleares”, garantiu o órgão, ao denunciar que Seul e Washington realizam “exercícios para uma guerra atômica”.
O regime do ditador Kim Jong-il também avisou que “sanções pesadas e a tentativa de levar a confrontação a uma fase extrema” levarão a Coreia do Norte a uma resposta “impiedosa e ao seu estilo”.
Washington e Seul negam ter planos de invadir o país e sustentam que o exercício militar conjunto, que se estenderá de hoje até o próximo dia 27, tem apenas caráter defensivo. O treinamento envolverá 10 mil soldados americanos e um número não especificado de tropas sul-coreanas.
Tranquilidade
Em Busan, antiga base militar norte-americana, o sul-coreano Tae Hoon-kim disse ao Correio que na manhã de hoje (noite de ontem, pelo horário de Brasília) não havia qualquer movimentação anormal na região. “É difícil encontrar uma pessoa daqui que leve a sério a ameaça de bombas nucleares de Pyongyang, pois muitos de nós estamos preocupados apenas com a crise econômica”, admitiu. “Na minha opinião, eles apenas querem assegurar o regime, mas terão de abrir seu mercado para sobreviver”, acrescentou o empresário de 42 anos. (RC)