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17 agosto 2009

Promessa de autonomia

Detalhes do acordo militar com os EUA indicam que Colômbia controlará as bases


BOGOTÁ

A Colômbia não abrirá mão do controle das operações nas bases a serem usadas por militares americanos segundo prevê o polêmico acordo entre o país e os Estados Unidos, que deve ser assinado ainda esta semana. O jornal colombiano "El Tiempo" antecipou ontem os pontos básicos que constituem o convênio, cuja negociação foi concluída na sexta-feira à noite. O documento afirma que cada movimento feito nas bases deverá ter o aval do governo de Alvaro Uribe. Para tanto, caberá ao comandante de cada unidade, com patente de coronel e a ser nomeado pelo governo, a responsabilidade de tomar as decisões finais. Ontem, o presidente Uribe declarou, numa solenidade de prestação de contas de seus ministros, que o acordo militar com Washington representa "um passo na direção correta" de seu governo no combate à guerrilha e ao narcotráfico, e que sua política de segurança "não tem volta".

- À medida em que damos esses passos, (a guerrilha e o narcotráfico) vão perdendo a ilusão de que algum dia possam se recuperar na Colômbia - disse na cerimônia.

Atuação contra vizinhos é vedada

O documento, que terá a versão final apresentada ao Conselho de Estado para consulta esta semana, divide-se em vários capítulos com 20 pontos básicos cada, e se debruça sobre três pilares principais: a presença de pessoal americano na Colômbia, os termos para a realização de operações e o intercâmbio de informações de inteligência. No capítulo "O manejo das bases", o primeiro ponto é incisivo sobre a autonomia colombiana na gestão das bases: "Fica claro que sob nenhuma circunstância poderá haver base militar americana na Colômbia". Além disso, o documento confirma que o acordo se concentrará na luta contra o tráfico e o terrorismo e descarta que militares americanos possam usar as bases para lançar operações sobre outros países, tema que ainda preocupa presidentes vizinhos latinoamericanos.

"Todos os pontos foram de mútuo acordo e não houve imposição de temas. A negociação se fez respeitando as constituições de ambas as nações", disse o general Freddy Padilla de León, comandante das Forças Armadas do país, ao jornal colombiano. "A única bandeira que tremulará nestas bases será a colombiana", continuou.

Inicialmente, o acordo prevê que serão usadas cinco bases aéreas e duas navais em Malambo, Apiay, Palanquero, Tolemaida e Larandia, mas o acordo permitiria que os americanos tenham acesso posterior a outras unidades, caso requeiram. Fontes do Ministério da Defesa colombiano confirmaram que o acordo deverá ter a duração de dez anos, e que os primeiros aviões devem aterrissar "na Colômbia em menos de um mês", segundo o "El Tiempo". Nenhuma das partes envolvidas, porém, comentou sobre a imunidade para os militares dos EUA na Colômbia: investigações de delitos cometidos por americanos em solo colombiano poderão ser feitas, mas eles só poderiam ser julgados em seu país. Haverá exceções apenas em casos de extrema gravidade.

Venezuela e Equador reagem

Dia 28, Alvaro Uribe deve detalhar o acordo na reunião extraordinária da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) em Bariloche, na Argentina. Ontem, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que não poderá voltar a confiar em Uribe, em resposta ao chamado do presidente colombiano sexta-feira para a retomada das relações entre os dois países - rompidas por Chávez em julho devido ao acordo com os EUA. Segundo publicou o jornal "El Nacional", de Caracas, o venezuelano qualificou a atitude como "cínica" e destacou que a situação já não pode ser revertida "quando se apunhala a boa-fé de irmãos e vizinhos".

"É impossível recompor as relações, e isso é um produto de uma política imperialista para nos distanciarmos. No caso de Colômbia e Venezuela, conseguiram", disse Chávez, reiterando a intenção de substituir as importações colombianas por produtos brasileiros e argentinos.

Em seu programa de rádio, ontem, o presidente ameaçou os EUA: "Uma agressão contra a Venezuela receberá resposta não só da Venezuela, vários países iriam às armas".

O Equador também reiterou a insatisfação com a situação. O ministro da Segurança, Miguel Carvajal, disse ontem que a presença é uma ameaça:

- Não podemos deixar de nos preocupar com os interesses que podem estar por trás disso: petróleo, gás, biodiversidade e água.

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