PARISA HAFEZI, em Teerã
A Guarda Revolucionária do Irã informou neste sábado que o país atacará as instalações nucleares de Israel se esse país fizer uma ofensiva, informou a rede estatal de TV Al Alam.
"Se o regime sionista [Israel] atacar o Irã, iremos certamente atacar suas instalações nucleares com nossa capacidade de mísseis", afirmou o comandante supremo da guarda, Mohammad Ali Jafari, à emissora.
A Guarda Revolucionária é considerada o exército ideológico do regime teocrático iraniano e respondem apenas ao líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, e conta com capacidades aéreas, marítimas e terrestres e uma estrutura de comando separada para unidades regulares.
Líderes iranianos frequentemente descartam falar sobre um possível ataque a Israel, dizendo que o governo israelense não está em posição de ameaçar o Irã. Eles dizem que o Irã responderá a qualquer ofensiva atacando alvos dos EUA e Israel.
"Não somos responsáveis por esse regime e tolices de outros inimigos. Se atacarem o Irã, nossa resposta será firme e precisa", afirmou Jafari à TV estatal.
Estados Unidos, Israel e outros aliados do Ocidente temem que o Irã esteja enriquecendo urânio com o objetivo de produzir armas nucleares e não descartam uma ação militar caso a diplomacia não resolva a disputa. O Irã afirma que o programa tem apenas a meta de gerar energia.
Israel, que conhecidamente é a única força nuclear do Oriente Médio, tem repetidamente descrito o programa nuclear iraniano como uma ameaça à sua existência. O Irã se recusa a reconhecer o país.
Jafari disse que Israel está ao alcance das armas iranianas. "Nossa capacidade de mísseis coloca todo o regime Sionista dentro do alcance de ataque do Irã", disse. "O regime sionista é muito pequeno para ameaçar o Irã."
Especialistas dizem que o Irã raramente revela detalhes suficientes sobre seus novos equipamentos militares, tornando difícil determinar sua capacidade de ataque.
Israel diz que um escudo de mísseis acordado com os EUA protegeria o país contra qualquer possível ataque, mas Jafari afirmou que tal escudo poderia proteger Israel apenas de uma "forma limitada".
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou em maio que o Irã testou um míssil que analistas de defesa dizem que pode atingir Israel e bases dos EUA no golfo Pérsico. Washington disse que o teste foi um "passo na direção errada" para remover as preocupações sobre o programa nuclear do país.
Se atacado, o Irã tem repetidamente ameaçado fechar o Estreito de Hormuz, por onde passa cerca de 40% do petróleo comercializado no mundo. Os militares dos EUA prometem evitar tal ação.
Ahmadinejad, que já afirmou que Israel deveria ser eliminado do mapa, foi reeleito em uma polêmica votação em 12 de junho, que espalhou as maiores revoltas internas no país desde a Revolução Islâmica de 1979.