Roberto Godoy
As sete áreas que serão ocupadas por diferentes tipos de instalações militares americanas em território da Colômbia já estão sendo utilizadas pelo contingente dos EUA. O acordo firmado pelo presidente Álvaro Uribe "vai apenas regularizar um fato", disse ontem o senador e ex-ministro da Defesa Rafael Pardo.
Nem todos os pontos receberão bases. Em Larandia, no sul do país, os consultores do Pentágono montaram o núcleo de inteligência das operações de repressão à guerrilha e ao narcotráfico.
Assumindo o controle, vão expandir o centro de informações, que vai incorporar novos sistemas eletrônicos de alta tecnologia. No complexo de Tolemaida estão concentrados os programas de treinamento, reciclagem de pessoal e alojado o maior grupo de terceirizados, o amplo quadro de soldados profissionais fornecidos por empresas especializadas como a poderosa DynCorp.
O foco do plano mais ambicioso está fechado em Cartagena e Málaga, formando um arco entre o Mar do Caribe e o Oceano Pacífico. No sítio de Cartagena deve ser ativada uma ampla base aeronaval.
Rafael Pardo acredita que terá recursos para dar apoio a eventuais forças-tarefa, formadas por vários navios. Na pequena Bahia Málaga, funciona um conjunto de logística e estocagem de material. O local todavia é visto como estratégico.
O ponto de amarração de todo o sistema é, todavia, a Base Aérea de Palanquero, com uma pista moderna de 3 mil metros e grandes hangares. É ao vértice de um triângulo formado pelas unidades de Malambo, no litoral Atlântico e Apiay, no centro geográfico da Colômbia. A função dessas facilidades é substituir e ampliar o trabalho da Base de Manta, que funcionava no Equador e foi desativada.
Grandes jatos E-3 Sentinela, versão especializada do Boeing 707, precisam realizar 1.600 missões de inteligência por ano.Os aviões, do 478º Esquadrão Expedicionário, são escoltados por caças F-16 e F-15 deslocados dos EUA e, nessa tarefa, agregados à 429ª Esquadrilha. Durante o voo, monitorados por radares de longo alcance instalados em Soto Cano, Honduras, os caças permanecem sobre águas internacionais - prontos para entrar em ação, mas, até agora, sem causar protesto pela invasão do espaço aéreo.