Segundo embaixador americano, países vizinhos serão consultados previamente sobre ações
EFE, AP E REUTERS
O embaixador americano em Bogotá, William Brownfield, disse ontem que os EUA não atuarão na fronteira colombiana "sem a autorização específica dos países vizinhos". Ele garantiu que os militares americanos não darão apoio a ações "fora da Colômbia".
A afirmação do diplomata - feita em entrevista ao jornal colombiano El Tiempo - é uma tentativa de evitar novas tensões com o Equador e a Venezuela. Ambos os países opõem-se à presença militar americana na América do Sul e fazem limite com a Colômbia ao sul e ao norte, respectivamente "Estamos e estivemos colaborando com o governo colombiano nessas questões há pelo menos dez anos. Na verdade, por décadas antes disso", disse Brownfield. "Nunca usamos essa colaboração para missões fora da Colômbia."
O governo equatoriano rompeu relações com Bogotá em março do ano passado, depois que o Exército colombiano violou a fronteira com o Equador para atacar um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A ação provocou a morte de 20 pessoas, entre elas o número 2 das Farc, Luis Edgar Devia, conhecido como Raúl Reyes.
Brownfield também repetiu a explicação de que o acordo entre Washington e Bogotá não é novo, apenas atualiza os termos aplicados ao Plano Colômbia.
"Embora seja bilateral, não temos nada a esconder", disse. Segundo o plano, os EUA darão apoio militar ao combate ao tráfico de drogas e à ação de grupos guerrilheiros em território colombiano.
EM ANDAMENTO
O embaixador também revelou que militares americanos já estão visitando seis das sete bases militares colombianas que poderão ser usadas pelos EUA segundo o acordo.
"Tenho de confessar que, com exceção, talvez, de Palanquero, neste momento já existe colaboração nas outras bases e, nesse sentido, não veremos nada de diferente", disse. "Neste momento, navios da Marinha (americana) ou da Guarda Costeira estão visitando as bases navais . Já há colaboração na base aérea de Apiay (no sul da Colômbia) e visitas esporádicas a Barranquilla (na costa norte colombiana)".
Brownfield disse também não ter informações sobre qualquer convite formal que tenha sido feito para que o governo americano participe da reunião extraordinária da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), no dia 28, na cidade argentina de Bariloche.
Na última reunião do grupo, em Quito, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que os EUA deveriam ir a Bariloche explicar os termos do acordo aos países sul-americanos.
Chávez confirma corte de gasolina barata para Bogotá
O governo venezuelano anunciou ontem que não renovará o acordo de fornecimento de gasolina subsidiado para cidades colombianas que fazem fronteira com a Venezuela. A decisão foi tomada em represália ao acordo que prevê a cessão de até sete bases militares colombianas aos EUA.