O Salão Internacional de Aviação e Aeroespacial (MAKS) ocupa o lugar principal de uma série de grandes exposições mundiais de altas tecnologias. Este ano, no evento, serão exibidas as mais novas soluções de projetos de aviões de todo o mundo. E os visitantes terão uma intensa programação de vôo
ALEKSANDER ZELENKOV
RÚSSIA HOJE
O atual MAKS, que se realiza uma vez a cada dois anos, é o nono evento do gênero. Sua história teve início em 1992, quando na nova Rússia realizou-se a primeira exposição aeroespacial MosAeroShow92. Vieram para a mostra mais de 200 expositores de todo o mundo, apresentando 114 aeronaves. Já na oportunidade, a quantidade de visitantes superou os 300 mil.
O prestígio do evento vem aumentando a cada ano, e, em 2007, em Jukóvski, se reuniram 800 empresas, cujos projetos de engenharia foram vistos por mais de meio milhão de amantes da aviação.
Agora, os organizadores já prevêem uma pequena queda, em razão da crise.
No aeroporto do Instituto de Testes em Voo Grómov exporão as suas amostras de cerca de 700 empresas.
Entretanto, devido à difícil situação financeira, as companhias, principalmente, reduzem os gastos com as atividades promocionais da exposição. Mas essa não é a única causa para a redução do número de expositores. Integração da indústria aeronáutica russa “A redução está relacionada com o fato de que, transcorridos dois anos da realização do salão anterior, o processo de integração da indústria aeronáutica russa levou à formação de holdings. Em decorrência disso, as empresas participantes dessas holdings estão ocupando significativamente menos espaço, e a sua quantidade diminuiu”, explica Nikolai Zaniéguin, vice-principal executivo do MAKS para atividades relativas à exposição. Entre 65% e 70% das amostras são de empresas russas.
Mas, ao se falar sobre a situação em geral, todos os principais participantes sejam russos ou estrangeiros que estiveram presentes no MAKS vão participar assim mesmo. E vários deles não reduziram a sua participação na exposição.
As únicas companhias que não conseguiram expor os seus produtos são pequenas empresas, que antes iam ao MAKS com a intenção de marcar presença e prospectar o mercado. Além disso, reduziu-se o segmento da aviação executiva – em tempos de crise, o mercado caiu e a demanda por jatos executivos despencou.
Novidades da aviação
Os organizadores prepararam várias novidades para os visitantes do salão. A exposição da corporação estatal russa Rostekhnologuii pela primeira vez estará ocupando um pavilhão separado.
A Corporação Unida de Construção Aeronáutica (“Obiedinniónnaia Aviastroítelnaia Korporatsia”) ocuparão dois imensos pavilhões e 12 chalés. E as empresas que dela fazem parte vão apresentar uma série de novidades. Pela primeira vez os visitantes do salão aeroespacial poderão ver em voo o Sukhoi Superjet 100.
Está sendo planejado que os seus primeiros vôos no MAKS sejam realizados pelo caçabombardeiro SU-35 e pelo primeiro exemplar construído na Rússia do An-148. Além disso, pela primeira vez participará do salão a orporação Unida de Construção de Motores (“Obiedinionnaia Dvigatielestroítielnaia Korporatsia (ODK)”). Certamente os motores renovados OS-90 encontrarão seu lugar na exposição da ODK. A Corporação Irkut apresentará a sua versão do avião de passageiros para curto trajeto, o MS-21.
Complementarmente, no salão aeronáutico haverá também nove pavilhões nacionais – de Alemanha, França, Estados Unidos, Tchékhia, Ucrânia, Belarus, Canadá e da Suíça. “Isto quer dizer que não serão apenas algumas empresas desses países, mas os próprios estados, de forma sistêmica, encaram a apresentação de suas conquistas no MAKS. Eles sentem que a Rússia é um mercado promissor e imenso”, ressalta Zaniéguin. Mostraram interesse em participar da exposição russa as principais corporações da China – Avic, China Creat Wall Industry Corporation e a Casc. A Índia será representada pelas companhias Bramos e Nal. Estarão também representados em Jukóvski os principais fabricantes mundiais de equipamentos aeronáuticos e aeroespaciais, como EADS, Airbus, Safran, Rolls-Royce, Boeing, a Agência Espacial Européia e outros.
“O Brasil participará ativamente da exposição", diz Nikolai Zaniéguin. "O país apresentará produtos de sua companhia mais conhecida, a Embraer. Ressalto que as empresas russas e instituições científicas têm uma série de temas cujo desenvolvimento seria vantajoso Organizadores prevêem uma pequena queda por causa da crise: 700 empresas estarão na exposição O centro das atenções para os visitantes será a programação de voos, um show para os amantes da aviação Números São esperados mais de 500 mil visitantes no Salão Aeroespacial de Moscou MAKS, deste ano. Cerca de 700 empresas exibirão seus produtos no próximo salão aeroespacial MAKS-2009 Mais de 100 aviões e outras novidades da indústria aeronáutica e aeroespacial de diferentes países se apresentarão aos olhos dos amantes da aviação para ambos os países. Aliás, não apenas na área de cooperação técnico militar, mas também, e principalmente, na área científica”. Vem realizando conversações ativas com a Embraer, sobre um trabalho em conjunto, a mais prestigiosa instituição científi ca da área de aviação da Rússia: o Instituto Central de Aero-hidrodinâmica (TSAGI, na sigla em russo).
“Existe uma série de outros projetos relacionados com a área aeroespacial, que estão sendo tocados sob responsabilidade da Roscosmos. Em uma palavra, o Brasil é um país que tem chances reais de conseguir o seu nicho no imenso mercado russo, em pesquisas científicas, tecnologias e em cooperação aeroespacial. Mas também, naturalmente, no fornecimento de aviões regionais, pois a Embraer é uma das líderes mundiais na criação de aviões a jato para passageiros em linhas aéreas locais”, salienta Zaniéguin.
Protótipos e projetos de engenharia
Uma peculiaridade importante do MAKS é que, nele, ao contrário de outras exposições, que propõem o produto acabado, os visitantes podem ter contato com enorme quantidade de projetos de desenvolvimento tecnológicos.
No fórum russo do salão de aviação será implementado o programa científico – conferências e simpósios que serão realizados no TSAGI instalado em Jukóvski. Neste ano, na exposição será realizado o 2º Congresso Europeu de Transporte Aéreo.
Entretanto, o centro das atenções do salão de aviação para os visitantes será a programação de voos, um verdadeiro show para os amantes da aviação. “Nossa programação de voos é a mais intensa do mundo”, afirma, com orgulho, Nikolai Zaniéguin. “Os presentes verão um balé celeste a ser executado por vários grupos de pilotagem de uma vez – o francês Patrulha da França, o italiano Flechas Tricolores e três russos: Gaviões, Guerreiros Valentes (Vitiazes) e Falcões da Rússia.
Na pauta dos voos também está programada uma série de estreias. O caça francês Rafale e o avião de transporte italiano S-27 voarão pela primeira vez em céus russos.
Além de alta pilotagem em máquinas modernas, subirão aos céus aviões dos tempos da Segunda Guerra Mundial. E em terra será possível ver o legendário avião a jato para passageiros Tu-144. “É possível que o maior presente para os organizadores sejam os olhos brilhantes das crianças que vierem para o campo de aviação. Ao vê-las, entende-se que se fez uma festa para todos os que amam a aviação”, diz Zaniéguin, sorrindo ao se despedir.