Diante de polêmica na região, Obama tenta amenizar tom militarista de acordo com Bogotá
Jornal do Brasil
Diante da polêmica causada pela oposição de líderes da América do Sul ao acordo entre Bogotá e Washington, que prevê a cessão de até sete bases militares a tropas americanas, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, garantiu que continuará comprando armas diante da “ameaça” supostamente representada pelo projeto da Colômbia de aumentar sua cooperação militar com os EUA.
O militar da reserva adiantou que em sua próxima visita a Moscou prevista para setembro comparará “ao menos três batalhões de tanques russos” para se preparar ante uma eventual guerra com Colômbia ou Estados Unidos.
– Lamentavelmente temos de nos armar. Cada quadro do partido tem de ser um soldado combatente... pronto para a guerra para defender a pátria ante uma agressão do império norte-americano – declarou em um ato com militantes de seu Partido Socialista Unido da Venezuela.
Segundo fontes da indústria de defesa da Rússia, Caracas iniciou em 2008 negociações para comprar tanques T-72M. Chávez já adquiriu em Moscou mais de US$ 4,4 bilhões em armamento, incluindo aviões de combate, fuzis Kalashnicov e helicópteros. As aquisições foram criticadas pela Colômbia e pelos EUA.
– Transformaremos a Venezuela em uma fortaleza inexpugnável, como Cuba – prometeu o presidente.
– Os yankees estão desesperados porque já não têm petróleo e não puderam capturar o petróleo do Iraque. Nós estamos outra vez na mira porque querem a Faixa Petrolífera de Orinoco.
Obama Diante de um racha entre líderes sul-americanos, suscitado pelo acordo entre Bogotá e Washington – que levou Álvaro Uribe a um tour pela região para justificar o plano com a luta contra o narcotráfico – o presidente americano, Barack Obama, tentou acalmar os nervos e afirmou que não tem intenções de instalar novas bases militares na Colômbia e que Washington apenas tenta melhorar os laços de cooperação com a nação sul-americana.
– Algumas pessoas na região têm tentado usar isso como parte da retórica anti-ianque tradicional. Isso não é certo – disse Obama.
A afirmação foi feita durante encontro com um grupo de jornalistas de meios de comunicação espanhóis convocado à Casa Branca por ocasião da Cúpula da América do Norte, que acontece no fim de semana em Guadalajara, no México.
– Temos um acordo de segurança com a Colômbia durante muitos anos e temos de atualizá-lo – explicou.
– Essa é uma continuação da assistência que temos provido a eles.
Não temos nenhuma intenção de enviar um número maior de tropas à Colômbia.
O pacto entre os dois países, previsto para ser finalizado neste mês, permitirá a Washington manter 1.400 pessoas entre militares e civis nos próximos 10 anos e compensará o recente fechamento da base em Manta, no Equador.