Conselheiro de Segurança Nacional americano afirma respeitar a soberania dos demais, mas não responde ao pedido
Eliane Oliveira
BRASÍLIA. O governo brasileiro quer garantias de Washington de que o acordo que prevê o uso de bases militares na Colômbia se limitará ao combate ao narcotráfico e a atividades para fins humanitários. Essa posição foi transmitida ontem pelo ministro do Exterior Celso Amorim ao conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, o general James Jones.
O americano não deu as garantias pedidas por Amorim.
Segundo uma fonte, esta possibilidade terá de ser ainda avaliada pela Casa Branca. O general assegurou, no entanto, que “não há nada de mágico, não há segredos debaixo da mesa”. Jones admitiu que os EUA podem ter errado por omissão, o que acabou gerando problemas de comunicação.
— Respeitamos a soberania de todos os países. Estamos tentando nos aproximar de uma forma transparente e aberta, e acredito que estamos sendo bem-sucedidos. Poderíamos ter feito um trabalho muito melhor e vamos levar isso a Washington.
Se houve erros, foram de omissão, e não de intenção. Não houve nada intencional aqui — disse o general a jornalistas, após o encontro com Amorim.
Amorim questiona necessidade do acordo No encontro, o ministro deixou claro ao enviado dos EUA que questiona a necessidade do acordo. Os aviões de longo alcance, teria ponderado Amorim, podem, sem serem reabastecidos, chegar ao extremo sul da América do Sul.
Reservadamente, o governo brasileiro tem em sua memória não apenas as dúvidas sobre o Plano Colômbia. Leva em conta, no leque de preocupações em torno do acordo militar, as inúmeras insinuações, intensificadas desde os atentados de 11 de Setembro, sobre o registro de atividades terroristas na Tríplice Fronteira (Divisa entre Brasil, Argentina e Paraguai).
— Isso jamais foi comprovado — disse um graduado diplomata.