As 10 aeronaves Aviocar que integravam uma lista de equipamentos militares a serem alienados nesse ano apenas poderão ser vendidas como "sucata ou para fins museológicos", indica o relatório de execução da Lei de Programação Militar de 2008.
"Relativamente à alienação das 10 aeronaves [C-212 Aviocar] verifica-se que estão há bastante tempo na situação de inibidas de voo, encontrando-se, regra geral, incompletas e, algumas delas, sem os respectivos motores, sendo somente possível a sua alienação como sucata ou para fins museológicos", diz o relatório a que a agência Lusa teve acesso.
O documento observa no entanto que para além destas 10, "existem 14 aeronaves Aviocar em condições de voo, cuja alienação apenas deverá ser considerada após a declaração de 'Full Operacional Capability' das novas aeronaves C-295″ (compradas ao 'gigante' espanhol EADS-CASA) e que está "prevista para o final de 2010″.
O ministério contava encaixar 15 milhões de euros com a alienação dos Aviocar, mas do que estava previsto para o ano passado, apenas foram vendidas duas fragatas ao Uruguai por 13 milhões de euros a serem pagos em cinco anos.
Segundo o relatório, para além destes e das duas fragatas da Marinha Portuguesa estavam também para alienar mais oito helicópteros PUMA - por 20 milhões - e 10 aeronaves F-16 da Força Aérea - por 45 milhões -, o que daria um valor de 90 milhões de euros, destinado aos Órgãos e Serviços Centrais do ministério da Defesa.
Sobre os F-16, o documento refere que "foram efectuados contactos com diversas entidades internacionais potencialmente interessadas, adidos militares no estrangeiro e consórcios internacionais" e que "a Força Aérea Paquistanesa solicitou informações sobre configuração e 'upgrades' estruturais das aeronaves, tendo manifestado interesse em realizar uma visita à OGMA para apreciar os trabalhos de modernização e 'upgrade'" das aeronaves.
Em relação aos PUMA, foram também "efectuados contactos com diversas entidades internacionais potencialmente interessadas, adidos militares no estrangeiro e consórcios internacionais", mas até ao final do ano passado ainda não tinha sido possível "concretizar a operação".
Contudo, o relatório acrescenta que segundo informações apresentadas pela Força Aérea na altura, dos oito helicópteros apenas quatro estavam "em condições de alienar" já que os outros quatro para ficarem em condições de voo precisavam de "uma profunda manutenção".