SÉRGIO BUENO, de Porto Alegre – Valor
Puxadas mais uma vez pelo mercado externo, principalmente pelos Estados Unidos, as vendas de armas garantiram o crescimento de 41,3% na receita líquida consolidada e de 51,2% no lucro líquido consolidado da Forjas Taurus no segundo trimestre em comparação com o mesmo período de 2008, para R$ 180,9 milhões e R$ 17,8 milhões respectivamente. São os melhores resultados históricos do segundo trimestre, numa base corrigida pela inflação.
Nos segmentos de máquinas industriais, capacetes para motociclistas e forjados, o grupo registrou quedas de 24,6% a 26%.
Segundo o diretor-presidente da empresa, Luis Fernando Costa Estima, o desempenho acumulado até aqui já indica que a previsão inicial de 30% de expansão nas vendas físicas de armas ao longo do ano em comparação com 2008 será superada em pelo menos cinco pontos percentuais. No segundo trimestre, o segmento registrou receita líquida de R$ 136 milhões, com alta de 103,9%. Os produtos também respondem por mais de 70% das receitas do grupo no mercado externo, que avançaram 71,4% no consolidado de abril a junho, para R$ 100,4 milhões, e são vendidos ainda para outros mercados como Angola, Moçambique, Bélgica, Alemanha, Cingapura e Indonésia.
A Taurus deve inaugurar a unidade que vai fabricar o novo modelo de pistola compacta calibre .380 para o mercado americano junto ao centro de distribuição da empresa em Miami já no fim deste ano. No início, a unidade que receberá aportes previstos em US$ 4 milhões vai importar algumas peças da matriz brasileira, mas a tendência é que aumente gradativamente a produção local. Mesmo assim, ela não substituirá os embarques a partir do Brasil, disse o empresário. De acordo com ele, com a operação o número de funcionários nos EUA vai passar de 100 para 170.
Já a linha de capacetes para motociclistas, produzida em Mandirituba (PR), registrou retração de 26% no trimestre, para uma receita líquida de R$ 16,7 milhões. Agora, com a volta dos financiamentos para aquisições de motos no Brasil, a empresa verificou uma retomada das vendas em junho e a queda que havia sido projetada em 25% no ano em comparação com os volumes de 2008 poderá ficar limitada a 15% a 20%, disse o diretor. Segundo ele, as obras da nova fábrica de capacetes em Simões Filho (BA), com capacidade para 500 mil unidades por ano (ante 2,2 milhões no Paraná), devem ser concluídas ainda em 2009.
No segmento de máquinas industriais, a Taurus apurou recuo de 24,6% na receita líquida no trimestre, para R$ 13,2 milhões, o que levou à demissão de 115 pessoas na fábrica de Gravataí (RS) no início de julho. Conforme Estima, o grupo planeja focar as operações da unidade na produção de equipamentos para o setor de petróleo e gás, na mesma linha do que vem sendo feito com a produção de forjados em Porto Alegre, até agora voltada para suprir a indústria automotiva. O grupo encerrou o segundo trimestre com 4,7 mil funcionários, ante 4,3 mil no fim de 2008.