Para Robert Gates, aumento cobrirá operações no Iraque e no Afeganistão; força pulará para 569 mil
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK – Folha de São Paulo
O secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, anunciou ontem em entrevista no Pentágono que o Exército do país terá um acréscimo de 22 mil soldados ao longo de três anos para cobrir operações no Afeganistão e no Iraque. Com o aumento, o contingente do Exército passará de 547 mil para 569 mil homens.
Gates justificou a medida com base na escalada de violência no Afeganistão e no necessário aumento da presença americana no país; na turbulência política no Paquistão; e em mudanças nos prazos de destacamento. "O efeito cumulativo destes fatores é que o Exército enfrenta um período onde a habilidade para continuar a desenvolver unidades de combate em um nível aceitável está em risco", disse.
Segundo Gates, o aumento não demandará verba extra. O Pentágono pretende absorver uma expansão inicial de custos de US$ 1,1 bilhão no ano fiscal de 2010, a partir de outubro.
Atualmente existem 130 mil soldados americanos no Iraque e 58 mil no Afeganistão. Até o fim do ano as forças no Afeganistão deverão chegar a 68 mil. A previsão para o Iraque é de queda no número de soldados, mas é preciso quadro forte para a rotatividade das tropas.
Durante a entrevista, Gates afirmou também que o país está fazendo o possível para resgatar o soldado Bowe Bergdahl, que foi capturado pelo Taleban e teve um vídeo divulgado na internet em que pede para que os EUA saiam do Afeganistão.
A captura de Bergdahl chega em um momento em que os EUA parecem estar preocupados com efeitos do tratamento dado a prisioneiros no Afeganistão. O jornal "The New York Times" afirma que um relatório militar americano recomenda que os EUA supervisionem não só as prisões administradas por americanos como as geridas pelos afegãos, devido ao temor de que abusos poderiam estar ajudando a fortalecer o Taleban e a recrutar radicais.