Jornal do Brasil
O secretário de Defesa, Robert Gates, quer que o Exército renegocie um acordo lucrativo para o principal contratante dos Sistemas de Combate do Futuro, a Boeing, que teve garantida uma tarifa base muito mais alta do que a maioria dos contratantes do Pentágono. A Boeing e sua sócia, SAIC Inc., ficaram de ganhar US$ 2 bilhões antes de eles mostrarem que os componentes do sistema funcionavam juntos.
A revisão do programa de Combate do Futuro, um dos mais caros do Pentágono, reflete a pressão cada vez maior para o Exército redirecionar os recursos de planos para guerras convencionais para a possibilidade de outros conflitos envolvendo insurgentes que se arrastam por muito tempo.
A ideia para os novos sistemas de combate surgiram depois de a invasão por Saddam Hussein ao Kuwait em 1990 expor uma brecha nas capacidades do Exército.
Os EUA voaram em uma divisão de infantaria para defender a Arábia Saudita, mas o país teve de enviar seus tanques pelo mar. Então, o Exército quis criar uma opção mediana – brigadas especiais com veículos de combate leves suficientes para serem transportados pelo ar. Ele também compreendeu que a habilidade para detectar inimigos a distâncias maiores reduziria a necessidade de blindagem.
Mas para receber a inteligência de aviões movidos por controle remoto, pequenos robôs e outros sensores, o Exército precisou criar um vídeo e rede de dados diferente de qualquer outro – algo parecido com um sistema de celular sem as torres de transmissão fixas.
Os oito veículos diferentes propostos seriam construídos com blindagem composta leve e teriam a habilidade de atirar projéteis para neutralizar mísseis.
Os custos também inflaram. Estimativas para equipar um terço das brigadas do Exército com os sistemas subiram de US$ 92 bilhões para US$ 160 bilhões.