Acordo impulsiona venda de armas americanas para Nova Délhi e construção de usinas nucleares
Jornal do Brasil
Na primeira visita de Hillary Clinton como chanceler à Índia, os governos indiano e americano deram um passo grande para a cooperação de importantes setores como defesa, espacial e científico.
O acordo selado ontem impulsionará a venda de armas americanas no país asiático e prevê a aprovação da instalação de duas centrais nucleares civis também americanas.
– Os dois países acertaram um pacto de vigilância da utilização final das armas americanas e da tecnologia que serão vendidas à Índia – explicou Hillary em coletiva de imprensa com o chefe da diplomacia indiana, S.M. Krishna. – Este acordo abre caminho para uma cooperação maior em termos de defesa entre nossos países.
Dentro do contrato, a Índia se compromete ainda a respeitar a legislação americana sobre a venda de armas, segundo a qual fica proibida a transferência de tecnologia aos Estados que comprarem material de defesa dos Estados Unidos.
Nova Délhi planeja adquirir nos próximos cinco anos 126 aviões de combate. Esses avançados aviões, segundo o El País, representam apenas um terço do gasto de pelo menos US$ 30 bilhões que o governo indiano prevê destinar até o ano de 2014 para modernizar o equipamento de suas Forças Armadas, cujo armamento data da extinta União Soviética. Atualmente, o maior provedor de armas à Índia continua sendo Moscou, com 70%, seguido de Israel.
No setor nuclear civil, a secretaria de Estado americana enfatizou que dois lugares na Índia receberam a aprovação para a construção de centrais nucleares americanas.
Após a reunião, Hillary defendeu a necessidade de diálogo entre a Índia e o Paquistão, cujos governos deram recentemente passos para retomar as conversas, após a suspensão ocorrida depois dos atentados em Mumbai.
Soldado
A secretária americana fez questão de deixar claro, ainda, que os EUA não medirão esforços para alcançar a libertação do soldado americano Bowe Berghahl em poder dos talibãs no Afeganistão.
– Estamos fazendo tudo para conseguir sua libertação, logo são e salvo.
No encontro com a imprensa, Hillary também defendeu o aumento dos esforços indiano-americanos na luta contra a mudança climática, apesar das "diferenças entre os dois países".