Em reunião dia 16, Obama e líder sul-coreano discutirão resposta a Pyongyang por teste nuclear
Jornal do Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, poderá assinar um compromisso referente à permanência de seu guarda-chuva nuclear sobre a Coreia do Sul durante a visita de seu colega sul-coreano a Washington, em meados de junho.
Segundo fontes do governo citadas pela agência sul-coreana Yonhap, pela primeira vez Washington poderia comprometer-se a proteger a Coreia do Sul com seu chamado guarda-chuva nuclear, algo que já acontecia de maneira tácita desde o fim da Guerra da Coreia em 1953.
Apesar de afirmarem que a diplomacia é a primeira opção, os EUA e seus aliados asiáticos podem procurar respostas mais severas caso o diálogo não seja capaz de impedir que a Coreia do Norte continue com seu programa nuclear, afirmaram as autoridades dos países durante uma conferência sobre segurança neste fim de semana.
O discurso, apresentado pelo secretário de Defesa Robert Gates durante um evento na Ásia, foi novamente sublinhado pelo secretário de imprensa do Pentágono, Geoff Morrel, em entrevista à agência Reuters.
No sábado, Gates afirmara que os Estados Unidos "não vão aceitar" uma Coreia do Norte com armas nucleares.
No encontro entre o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, e Obama na Casa Branca, ambos falarão sobre a crise suscitada após o segundo teste nuclear de Pyongyang, há uma semana. Segundo fontes do escritório presidencial, ambos os líderes poderiam assinar um comunicado conjunto referente à proteção americana de seu aliado asiático mediante a dissuasão nuclear.
A reunião acontecerá no dia 16 de junho e nela os dois líderes discutirão medidas de resposta à Coreia do Norte pelo teste nuclear.
Caças
Receoso de qualquer movimento militar norte-coreano, o governo americano decidiu reforçar sua presença no Pacífico com o envio de 12 caças F-22 Raptors ao Japão.
Os aviões militares, que decolaram do estado da Virgínia, chegaram à base aérea de Kadena, localizada na província japonesa de Okinawa.
As medidas dos Estados Unidos foram tomadas depois que uma fonte de Washington disse a um jornal sul-coreano que Pyongyang prepara a transferência de um míssil balístico intercontinental de uma fábrica próxima à capital para uma base de lançamento na costa Leste.
Na semana passada, a Coreia do Norte, que vem elevando o tom de ameaça em seu discurso, alertou sobre a possibilidade de um conflito, dizendo que não se sentia mais comprometida com o armistício que encerrou com a Guerra das Coreias (1950 a 1953). Em tom hostil, o governo ameaçou agir "em legítima defesa" caso receba sanções do Conselho de Segurança da ONU.
A Coreia do Norte, segundo analistas de defesa, ganhou milhões de dólares ao exportar tecnologia de mísseis ao Oriente Médio e há temores de que a nação possa fazer o mesmo com o know how nuclear.