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23 junho 2009

Concessões antecedem diálogo sobre armas nucleares

Washington pode desistir de escudo balístico por acesso ao Oriente Médio

Jornal do Brasil

Algumas semanas antes da viagem do presidente americano, Barack Obama, a Moscou, em julho, a Rússia informou que as conversações com o governo americano sobre a redução de seu vasto arsenal de armas nucleares estão progredindo de maneira construtiva. Ratificar um documento que substitua o Tratado Estratégico de Redução de Armas de 1991 (Start I), antes do vencimento de seu prazo no dia 5 de dezembro, marcaria uma aproximação significativa nas relações entre as duas maiores potências nucleares do mundo.

Os dois lados estão buscando minimizar suas diferenças antes do encontro de Obama com o presidente russo, Dmitri Medvedev, em Moscou, entre os dias 6 e 8 de julho. Ambos os países já manifestaram o desejo de reatar relações, que deterioraram muito durante o último governo Bush. A próxima rodada de negociações deve ocorrer na terça-feira e quarta-feira em Genebra.

Moscou pretende usar a carta nuclear para convencer os EUA a desistirem de seu escudo antimíssil na Europa. As próximas reuniões também devem focar em melhorar a cooperação entre os países, como por exemplo, combater a proliferação nuclear pelo mundo.

Oriente Médio

De acordo com informações obtidas pelo think-tank americano Stratfor, Washington estaria disposta a desistir do escudo de mísseis balísticos no Leste Europeu se Moscou providenciar garantias em questões relacionadas ao Afeganistão e ao Irã, prioridades do governo Obama.

A administração americana sabe que a Rússia tem ligações fortes e duradouras como o Afeganistão e grupos extremistas. Não há provas de que a Rússia está envolvida naquele país, mas existe essa possibilidade, sugerem analistas da Stratfor. Com o Paquistão mergulhado no caos, os EUA ainda têm interesse em usar rotas logísticas suplementares para abastecer suas tropas no Afeganistão e Paquistão, e a única alternativa real é atravessando uma região considerada de influência russa na Ásia Central ou pela própria Rússia, embora ela já tenha recusado considerar o uso dessas rotas internas.

Há também a questão do Irã. Moscou tem oferecido seu apoio retórico ao país em anos recentes.

Também ajudou a construir uma planta nuclear iraniana em Bushehr e ameaça com frequência ajudar ainda mais Teerã em suas ambições nucleares. Agora que Obama se mostra obstinado em dialogar com o Irã, apesar do provável segundo turno de Mahmoud Ahmadinejad, Washington quer evitar que a Rússia interfira ou piore as tensões.

Sem qualquer sinal de que o influente Vladimir Putin largará as rédeas do poder no futuro próximo, o país deve continuar tentando restituir seu status de superpotência, contanto que seus cidadãos consigam resistir ao impacto da crise financeira e afastar temores de que liberdades recémadquiridas e a prosperidade relativa terão vida curta.

Segundo Matthew Chance, correspondente da CNN em Moscou, antes do declínio econômico, o preço do petróleo e gás – commodities abundantes na Rússia – levou o país a um nível de prosperidade incomum. O Kremlin passou a ser levado mais a sério no palco internacional, inserindo-se nas negociações de paz no Oriente Médio, a questão nuclear iraniana e diversos outros assuntos.

A confiança econômica adquirida também encorajou a Rússia a afirmar sua presença em países vizinhos, da antiga União Soviética. Muitos desses Estados querem se aproximar da Otan e da Europa, mas a Rússia pretende mantê-los dentro da sua esfera de influência.

O exemplo mais evidente, afirma Chance, foi a guerra com a Geórgia no ano passado. Após a ex-república soviética ter anunciado sua intenção de se juntar à Otan, a Rússia lançou uma ofensiva militar debilitante, para a decepção da comunidade internacional.

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