Tânia Monteiro – O Estado de São Paulo
Quarenta e cinco dias antes da tragédia com o avião da Air France, a Airbus enviou ao Brasil um comunicado (Service Bulletin) recomendando que o A319CJ, o avião presidencial brasileiro, "incorporasse pitot probes" (mudanças nos pitots). Em nota oficial, o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica disse que a Airbus ainda explicitou o motivo da recomendação: o pitot probes serve para "melhorar a eficiência do equipamento na indicação de velocidade em condições de gelo".
O avião do acidente era um Airbus A330-200. Investigações preliminares mostram que o mau funcionamento dos pitots em situações de baixa temperatura pode ter provocado uma pane no controle dos equipamentos de aceleração do jato, tornando a velocidade inadequada para uma área de grande turbulência.
A Aeronáutica informou que ainda está avaliando se troca ou não o pitot do Aerolula, como é conhecido o Airbus A319CJ. Segundo o Comando da Aeronáutica, o avião presidencial passa, no momento, por uma revisão programada em São Carlos, no Centro de Manutenção da companhia área TAM.
Conforme a nota oficial, esse procedimento é uma recomendação e não uma obrigação de troca da peça. A nota diz ainda que a sugestão de troca do pitot original pelo pitot probes, feita pela Airbus, nada tem a ver com o desastre ocorrido com o Airbus 330-200 da Air France. A Aeronáutica informou ainda que o Aerolula não pode ser comparado com nenhuma aeronave com os modelos comerciais, pois traz uma série de modificações.