Luiz Monteiro
O atual Programa de Reaparelhamento da Marinha do Brasil (PRM 2006-2025) prevê a construção de pelo menos 6 novos navios de escolta. Atualmente a Marinha do Brasil, assim como as demais Forças, está elaborando seu Plano de Equipamento e Articulação (PEA), que deverá ser entregue ao Ministério da Defesa no próximo mês junho.O PEA visa informar o Ministério da Defesa sobre as necessidades da Força. Nele deve conter quais meios devem ser adquiridos, qual a quantidade a ser adquirida e qual será a articulação com a indústria nacional de material de defesa para o desenvolvimento e construção dos mesmos.
Em 2008 foram estabelecidos os Requisitos de Estado Maior (REM) dos futuros navios de escolta. Esses meios deverão deslocar cerca de 6.000 toneladas de deslocamento, serão de múltiplo emprego, capazes de realizar todas as tarefas destinadas aos escolta.
Tendo como objetivo a diminuição no tempo de construção, bem como a redução nos custos de obtenção, a MB optou por adquirir um projeto internacional reconhecido, que estivesse em operação, ou mesmo em construção, em suas respectivas marinhas nacionais.
Além disso, o projeto deverá ser capaz de receber sistemas, sensores e armas de livre escolha da MB, Os navios deverão ser construídos no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) utilizando os mais modernos métodos de construção naval e, para isso, o vencedor deverá financiar a reforma do AMRJ, além de capacitar os engenheiros e técnicos da MB. Ainda em 2008, a MB começou a receber propostas de diferentes estaleiros.
A Hyundai ofereceu o projeto de seus contratorpedeiros KDX-II, além da reforma do AMRJ. A DCNS ofereceu o projeto de suas futuras fragatas FREMM, bem como a reforma do AMRJ, o mesmo fez a Navantia, que ofereceu suas modernas fragatas F100.
Após uma análise preliminar das propostas, a MB decidiu por adotar um novo modelo para obtenção de meios, muito semelhante ao realizado pela FAB, abrindo assim a possibilidade para que outros estaleiros participem da concorrência.
O processo será dividido em fases. Na primeira, será elaborado uma matriz de qualificação em que serão incluídos todos os candidatos ao fornecimento do projeto. Na segunda fase, especialistas da própria MB, através de critérios técnicos, atribuem uma pontuação, e assim, selecionam os participantes que passarão para a próxima fase.
Durante o processo, será emitido um short list que possibilitará a abertura de negociações com cada um dos classificados. Vencerá a concorrência, o participante que atender melhor aos requisitos estabelecidos.
Além dos projetos supramencionados, outras empresas resolveram entrar na concorrência. A Northrop Grumman Ship Systems (NGSS) informou durante a LAAD 2009, que estaria disposta a oferecer dois projetos à MB. O primeiro seria um navio de cerca de 6.000 toneladas e o segundo, um navio muito maior, com cerca de 8.100 toneladas de deslocamento, dotado de sistema AEGIS.
Os alemães já informaram que irão apresentar o projeto de suas fragatas da Classe “Sachsen” (Typ 124) e, caso haja interesse por parte da MB, também apresentariam o projeto das modernas fragatas Typ 125. Além disso, estariam dispostos a oferecerem as corvetas da Classe “Braunschweig” ( K130) para o projeto dos futuros NaPaOc.
A DCNS apresentou à MB em dezembro, toda a sua gama de projetos, desde navios patrulha de 900 toneladas até navios-aeródromo de 65.000 toneladas de deslocamento, passando por corvetas, fragatas, contratorpedeiros, NDD, LHD, entre outros. A DCNS informou estar disposta a construir qualquer um desses meios para a MB em parceria com estaleiros nacionais.
Vale destacar ainda que estaleiros da Rússia, Índia, Holanda, Reino Unido, China e Dinamarca solicitaram informações sobre o programa dos futuros navios de escoltas de 6.000 toneladas de deslocamento.
Os futuros escoltas deverão ser construídos a partir de 2011. Os participantes deverão apresentar seus projetos até meados de 2010 e deverão atender a todos os requisitos estabelecidos pela MB.