O único hospital da zona norte do Sri Lanka foi bombardeado novamente, pelo segundo dia consecutivo, deixando ao menos 15 mortos, segundo autoridades médicas. De acordo com a rede de TV Al Jazira, o número de vítimas pode ser ainda maior, chegando a 35 mortos. Cerca de 40 pessoas ficaram feridas. Esse é o terceiro ataque ao hospital em onze dias. O governo não confirma o atentado.
No ataque desta terça-feira, 49 pessoas morreram e outras 50 ficaram feridas. As vítimas eram na maioria pacientes do hospital. No primeiro bombardeio, em 2 de março, 64 pessoas morreram.
De acordo com informações do médico V. Shanmugarajah à rede de notícias Associated Press, um morteiro foi lançado contra o escritório administrativo do hospital e outro atingiu os pacientes feridos que estavam internados.
Mais de mil civis, muitos com amputações e diversos ferimentos, aguardam atendimento no hospital e, em um intervalo médio de 10 minutos, morre entre uma e duas pessoas, segundo estimativas dos médicos. Para prestar atendimento, os médicos priorizam os feridos mais graves.
O ataque aconteceu depois de um fim de semana violento, no qual os conflitos entre tropas do governo e os rebeldes do grupo Tigres Tâmeis, encurralados em uma pequena zona de conflito, no norte do país, aumentaram. Os rebeldes estão ao lado de cerca de 50 mil civis, confirme estimativas da ONU (Organização das Nações Unidas). Só neste fim de semana, quase 400 civis morreram e mais de mil ficaram feridos.
Os rebeldes estão, há alguns meses, encurralados em uma região do noroeste do país, com mais cerca de 50 mil civis, segundo estimativas da ONU. O governo cingalês rejeita qualquer trégua ou cessar-fogo, por considerar estar próximo da vitória. O comando dos Tigres Tâmeis rejeita a rendição e exige que todos os rebeldes carreguem uma cápsula de cianeto e a engulam, em caso de captura.
Os rebeldes lutam, desde 1983, para criar um território independente para a minoria étnica tâmil, que sofreu discriminação com os sucessivos governos da maioria cingalesa. Tanto os Estados Unidos quanto a Europa consideram o grupo terrorista.