Marcelo Rech, especial do Rio de Janeiro
Teve início nesta segunda-feira, na Vila Militar de Deodoro, Rio de Janeiro, o segundo curso de Preparação para Jornalistas em Áreas de Conflito, promovido pelo Centro de Instrução de Operações de Paz “Sérgio Vieira de Mello” e pelo Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (UNIC Rio).
O principal objetivo do curso é oferecer aos profissionais de imprensa, as ferramentas necessárias para cobrir, com segurança e eficiência, missões de paz sob a égide da ONU, conflitos armados ou acompanhar operações policiais em áreas de risco.
A estrutura do curso prevê a realização de palestras sobre a política externa brasileira, doutrina militar e o funcionamento da Organização das Nações Unidas.
Os 20 jornalistas selecionados também participaram de conferências sobre o papel da mídia no cenário global, a sua influência nos conflitos e o amparo jurídico para a imprensa.
O curso vai até sexta-feira, 15, e nos dois últimos dias, os alunos viverão junto com uma das companhias do batalhão, dormindo em barracas e aprendendo a identificar riscos e a como proceder diante de situações perigosas, como bombardeios aéreos e terrestres, campo de minas e conduta como refém.
Também aprenderão as regras básicas de orientação, primeiros socorros e identificação de material de guerra.
Análise da Notícia
Um curso desta natureza possibilita entre outras coisas, a oportunidade para o profissional de imprensa conhecer na prática, como o Exército brasileiro se comporta numa missão de paz das Nações Unidas.
Não é novidade que o jornalista, por natureza, é um sujeito ansioso, daí a importância em saber se comportar durante a cobertura de um conflito armado. A necessidade em obter a informação não pode ser maior que a segurança. Além disso, é preciso entender como uma força estrangeira atua quais os seus limites e suas responsabilidades. Um profissional de imprensa que não entende isso atrapalha a missão e coloca a própria vida em risco, algo que não interessa a ninguém.
Por outro lado, iniciativas como esta deveriam partir dos meios de comunicação brasileiros.
Jornalistas estrangeiros em sua grande maioria precisam de permissão dos seus veículos para cobrir um conflito. Análises de risco são produzidas e os meios proporcionam todas as condições logísticas e econômicas para que os seus profissionais possam trabalhar.
No Brasil, o Exército compreendeu isso. Os empresários mais interessados em vender desgraça, pouco se importam.