Um novo imbróglio envolvendo fotos de métodos de tortura contra prisioneiros no Iraque e no Afeganistão chocou opiniões de um ex-general americano e de autoridades do Pentágono.
Em entrevista publicada ontem pelo britânico Daily Telegraph, o ex-general americano Antonio Taguba, responsável pela investigação sobre denúncias de torturas e abusos dos soldados dos EUA nas prisões, revelou que há fotografias revelando violência e abuso sexual contra os prisioneiros do centro iraquiano Abu Ghraib.
As imagens contidas em algumas fotos explicaria, segundo o jornal, as tentativas de Obama de impedir a publicação de fotografias de prisões do Iraque e Afeganistão – decisão que frustrou aqueles que confiaram em suas promessas de campanha.
Logo após a publicação do veículo britânico o Pentágono negou a notícia, com o porta-voz Bryan Whitman dizendo que o Daily Telegraph mostrou "incapacidade de obter os fatos de forma correta".
– Essa organização de notícias descaracterizou completamente as imagens – reclamou Whitman a jornalistas. – Nenhuma das fotos em pauta retrata as imagens descritas naquele artigo.
Divulgação
Casos de tortura praticados por militares americanos na prisão iraquiana foram divulgados pela primeira vez em 2003. No ano seguinte, a prisão ganhou destaque internacional com a publicação de fotografias que mostravam presos sendo humilhados e abusados por militares, como homens nus, ligados a fios, amontoados ou ameaçados por cachorros. Em 2006, a rede australiana SBS voltou a mostrar imagens de tortura.
No relatório publicado por Taguba em 2004, após concluir a investigação, havia acusações sobre abuso, mas não se falou em fotografias que documentavam isso.
Taguba, que se aposentou em janeiro de 2007, apoiou a decisão de Obama, ao ressaltar que as imagens mostravam cenas de "torturas, abusos, violações e todo tipo de atos indecentes".
Ao menos uma fotografia, segundo o jornal, mostra um soldado americano estuprando uma prisioneira. Outra imagem exibe um intérprete abusando sexualmente de um prisioneiro. Há ainda imagens de abusos sexuais de prisioneiros com objetos como fios e cassetetes.
As imagens provariam 400 casos de abuso ocorridos entre os anos de 2001 e 20005 em Abu Ghraib e em outros seis centros de detenção iraquianos e afegãos.