A Coreia do Sul e os Estados Unidos elevaram seu nível de alerta militar na península coreana, um dia depois de a Coreia do Norte afirmar que o armistício em vigor desde 1953 está morto, e se mostrar preparada para um ataque. É o maior nível deste alerta desde o teste nuclear anterior de Pyongyang, em outubro de 2006. O regime comunista vem realizando uma série de medidas provocativas raramente vistas nesses mais de 50 anos, o que inclui ameaças de guerra, lançamentos de mísseis e um teste com arma nuclear, o segundo de sua História.
Em resposta, a Força Aérea dos EUA deve enviar nos próximos dias, 12 caças avançados F-22 Raptor para sua base de Okinawa, no Japão. A vigilância vai se concentrar ao longo da Zona Desmilitarizada entre as duas Coreias, a zona de segurança conjunta na cidade de Panmunjom e na região em disputa no Mar Amarelo.
Uma fonte do governo sul-coreano disse que o Norte parece se preparar para novos atos provocativos, como mais disparos de mísseis de curto alcance em sua costa oeste. Para analistas, com essas atitudes o líder comunista Kim Jong-il quer consolidar ainda mais poder e garantir sua sucessão em prol de um de seus três filhos. Ele estaria com a saúde abalada desde um derrame sofrido em agosto.
Os EUA têm pedido à China que pressione a Coreia do Norte a voltar para as negociações sobre seu desarmamento. Muitos analistas, porém, acham que Washington exagera sobre a influência que Pequim tem sobre Pyongyang, bem como a disposição do regime chinês em usar tal influência.
– Sem dúvida a China também quer uma resposta rápida e unida, mas provavelmente não dará tudo que os EUA querem. A China tem suas próprias preocupações – observou Shi Yinhong, especialista em segurança regional na Universidade Renmin, em Pequim.
Um esboço de resolução preparado pelo Japão e os Estados Unidos que circula entre os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas condena o teste nuclear, mas não prevê novas represálias. O documento pede aos Estados-membros da ONU que cumpram imediatamente as sanções aprovadas contra Pyongyang em 2006.
Potências mundiais, incluindo a Rússia, já concordaram que a Coreia do Norte deve enfrentar sanções por desafiar uma resolução da ONU. Um dos aliados do regime norte-coreano que costuma vetar sanções mais firmes, Moscou afirmou que "não tem argumentos" para repelir a punição do conselho.