Em tom de ameaça, Exército assegura resposta contra tentativas de interceptação de foguete
Logo após começar a abastecer o foguete que planeja lançar nos próximos quatro dias, o alto comando militar da Coreia do Norte voltou a ameaçar militarmente a qualquer tentativa internacional de interromper o trajeto de seu míssil. Em sinal de que cumprirá com sua palavra, líderes do regime comunista ordenaram o envio de um esquadrão de caças para uma base aérea próxima à costa leste do país, onde o lançamento do foguete está sendo preparado.
"Nossas Forças Armadas Revolucionárias não hesitarão em adotar represálias, caso forças hostis mostrem o mínimo sinal de estar preparando a derrubada de nosso satélite", alertou um comunicado do governo transmitido pela agência norte-corena, KCNA. "Se o Japão perder o sangue frio e atacar nosso satélite pacífico, o Exército do povo fornecerá uma tempestade de fogo em forma de represálias não apenas contra o armamento antimíssil já deslocado, mas também contra contra instalações japonesas".
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o chefe de Estado da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, mostraram-se ontem de acordo sobre apresentar uma resposta "firme e unida" caso Pyongang decida realmente lançar o que parece ser um míssil balístico. Os dois líderes se reuniram por meia hora antes da cúpula do G-20.
Obama ressaltou que o lançamento do foguete – que o regime norte-coreano diz ser um satélite - viola as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, mas prometeu a Myung-bak que consultará Seul antes de tomar medidas contra o país vizinho.
A Coreia do Norte "não poderá distanciar a relação entre EUA e Coreia do Sul", disse Obama que reiterou o objetivo imutável de eliminação verificada das armas e do programa nuclear norte-coreano.
As ameaças da Coreia do Norte também fizeram parte das conversas que o presidente americano havia tido na quarta-feira com o presidente da China, Hu Jintao, e com o presidente da Federação Russa, Dmitri Medvedev.
Na quarta-feira, Obama e Medvedev prometeram reabrir as negociações para a redução de seus arsenais de ogivas nucleares, a primeira de caráter significativo sobre armamento entre os dois países desde 1997.
De acordo com o comunicado conjunto, Obama e Medvedev querem chegar a um acordo sobre a redução antes do vencimento do atual Tratado para a Redução e Limitação de Armas Ofensivas Estratégicas (Start), em dezembro deste ano.
Apelo
O governo do Japão poderá prorrogar as sanções à Coreia do Norte, que terminam no próximo dia 13, por mais um ano, caso Pyongyang realmente opte por continuar com os planos de lançar um foguete, informou ontem a agência de notícias local Kyodo.
Segundo o embaixador do Japão nas Nações Unidas, Yukio Takasu, caso as tentativas diplomáticas para dissuadir Pyongyang falhem, Tóquio também pedirá uma reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU.
Takasu ressaltou que, dentro do conselho, há o consenso de que as ações norte-coreanas afetam tanto a segurança do Japão como a segurança internacional e o regime de não-proliferação nuclear vigente na região.
– Se a Coreia do Norte seguir adiante com o lançamento, seria uma clara violação à resolução 1.718, que a impede de fazer qualquer tipo de teste com mísseis balísticos – acrescentou.
Segundo diplomatas do conselho, tanto Rússia quanto China, que são membros com direito a veto, não apoiariam uma resolução impondo novas sanções contra Pyongyang.
Pyongyang pronta para o ataque
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