Durante o seminário “Estratégia de Defesa Nacional e a Indústria Brasileira”, organizado pelo jornal Valor Econômico e a Comissão de Relações Exteriores e Defesa da Câmara, o ministro Nelson Jobim disse que o projeto F-X2 deverá ser mantido sem mudanças no cronograma, já que os desembolsos são progressivos e podem começar apenas em 2010.
Questionado sobre a proposta russa, o ministro reconheceu a possibilidade de reexaminar os caças Su-35 da Sukhoi, desqualificados na primeira seleção feita pela Aeronáutica. Jobim disse ter sido procurado por representantes do país, mas deu pouca esperança à Sukhoi de recolocá-la na lista de concorrentes, embora não tenha descartado a hipótese. “Os russos me pediram para reexaminar (a oferta). Estamos olhando os documentos, mas a dificuldade deles é com a transferência de tecnologia, que é a condição básica”, esclareceu.
O presidente da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (Aiab), Walter Bartels, considera indispensável a negociação pela FAB da abertura do software operacional dos caças que forem adquiridos. Isso permitirá, segundo ele, que evoluções tecnológicas e atualizações dos equipamentos sejam feitas pela indústria nacional. É o que tem ocorrido, lembrou Bartels, com a modernização dos aviões AM-X pela Embraer. Eles estão recebendo, por exemplo, novos radares. “Isso só é possível com o domínio do software”, afirmou.
Para o presidente da associação, não é uma tarefa fácil. Ele citou o caso de Israel, que não teria conseguido a abertura do código-fonte dos caças F-16 negociados com os Estados Unidos. Bartels elogiou, porém, a postura da Aeronáutica nas discussões com os fornecedores. “O governo brasileiro está atuando muito fortemente nessa questão”, avaliou.