Se a EADS esperava ser salva por seus acionistas no caso do turbohélice A400M da Airbus Military que se encontra muito atrasado e com custos bem acima do previsto... é melhor que ela repense suas esperanças.
A Agência Reuters reportou que o grupo eletrônico Thales recusou-se a realizar qualquer contribuição adicional ao programa com problemas. A Thales – um membro do programa A400M – passou então ao surpreendente passo seguinte, de acusar a EADS de esconder fundos no mesmo momento em que pede mais dinheiro dos demais associados.
Como a ANN relatou anteriormente, em janeiro a EADS e a Airbus Military anunciaram um novo rumo para o muito atrasado programa militar A400M dizendo às nações associadas que elas devem convergir para descobrir “uma saída" para a aeronave problemática. Sem este auxílio e mais divisão de riscos entre as empresas a construção do avião seria uma “missão impossível” agregou a EADS. Este tipo de argumentação não convenceu o presidente da Thales Denis Ranque.
Quando perguntado se sua companhia planejava ajudar o programa, ele, de forma franca, respondeu: "de forma alguma." Ranque então acusou a EADS de embolsar o dinheiro recebido dos clientes do avião. "A EADS guardou todo o dinheiro. Eles estão sendo financiados como um programa militar, mas nós estamos sendo financiados como um programa civil" disse Ranque. "Nós não recebemos nenhuma verba da EADS." A EADS recusou-se a comentar as declarações de Ranque.
Vários dos mais recentes problemas do A400M – que se encontra em desenvolvimento a cerca de 20 anos – derivam dos motores turbohélices do avião... e não com os sistemas eletrônicos criados pela Thales. A companhia reconheceu no ano passado um prejuízo de 80 milhões de Euros no ano passado por razões ligadas a este programa militar; em janeiro, Ranque despediu um executivo da Thales encarregado de programas aeroespaciais principalmente devido aos problemas com o A400M.
No atual clima econômico, as chances da EADS conseguir obter mais dinheiro de seus parceiros de risco parecem mínimas. Na realidade o congresso britânico já discute a possibilidade de abandonar por completo o programa.