Sipam libera R$ 6 mi para navegação na Amazônia
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O Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) repassa hoje (26) R$ 5,9 milhões à Aeronáutica, Exército, Marinha e ao Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Os recursos são destinados à execução do projeto Cartografia da Amazônia, relativo ao primeiro trimestre de 2009. Deste total, R$ 3,4 milhões serão destinados ao custeio das operações e R$ 2,5 milhões a investimentos necessários ao início de uma parte do trabalho, como a compra de navios e equipamentos para atualizar a cartografia náutica das principais hidrovias da região, garantindo maior segurança na navegação. Dos R$ 350 milhões do Projeto, já foram liberados 68,5 milhões.
Segundo o diretor-geral substituto do Sipam, Wougran Galvão, cada uma das instituições desenvolve uma parte do mapeamento que permitirá ao Brasil conhecer os 1,8 milhão de quilômetros quadrados da Amazônia que não possuem informações cartográficas terrestre, náutica e geológica (Amazônia possui 5,2 milhões de quilômetros quadrados). “Informações prévias repassadas pelas instituições mostram que o Exército e a CPRM são as que mais avançaram neste processo. As demais instituições, como é o caso da Marinha, estão licitando a compra de embarcações e equipamentos que possam dotar as entidades dos meios necessários para iniciar seu trabalho”, explica Galvão.
O mapeamento terrestre iniciou no segundo semestre do ano passado na Cabeça do Cachorro, no Amazonas. Em cinco meses, o Exército mapeou 158 mil quilômetros quadrados da Amazônia, o que equivale a todo o Estado do Acre ou 27 vezes o tamanho do Distrito Federal. As condições
meteorológicas desta época do ano atrasaram um pouco o cronograma inicial, pois as chuvas prejudicam a captura das imagens, bem como o deslocamento das equipes por terra.
Uma equipe de 25 militares é encarregada de instalar os refletores no meio da mata, em coordenadas pré-determinadas. Orientada por GPS, a equipe chega até o ponto exato (que é cruzamento dos graus inteiros de longitude e latitude) e fixa no solo, no entorno deste local, nove refletores, com distância mínima de 500 metros entre eles. Cada equipamento mede 1,4 metro de diagonal, pesa nove quilos e tem a forma de uma pirâmide.
Depois da coleta aérea das informações, os militares transportam todo o equipamento para outro ponto que, em linha reta, seria de aproximadamente 111 quilômetros. Como o trajeto é feito pelos tortuosos rios amazônicos, com trechos pelo meio da selva, essas distâncias são bem maiores e o tempo necessário também varia muito, dependendo das condições de acesso e da meteorologia. Até agora, o Exército já percorreu onze pontos, instalando e desinstalando 126 refletores. Ao término do trabalho, serão percorridos 250 pontos. "É uma verdadeira operação de guerra", ressalta Galvão.
Lançado no ano passado, o Projeto deve concluir em cinco anos as cartografias terrestres, geológicas e náuticas da Região Amazônica. Neste período, o Governo Federal investirá R$ 350 milhões. O principal objetivo é acabar com os vazios cartográficos na Região e contribuir para o desenvolvimento e proteção da Amazônia. As cartografias vão auxiliar no planejamento e execução dos projetos de infra-estrutura como rodovias, ferrovias, gasodutos e hidrelétricas, além da demarcação de áreas de assentamentos, áreas de mineração, agronegócio, elaboração de zoneamento ecológico, econômico e ordenamento territorial, segurança territorial, escoamento da produção e desenvolvimento regional.
As informações ainda ajudarão no conhecimento da Amazônia brasileira e na geração de informações estratégicas para monitoramento de segurança e defesa nacional, em especial nas fronteiras. O trabalho é coordenado pelo Sipam, órgão ligado a Casa Civil da Presidência República, e os executores são o Exército, a Marinha, a Aeronáutica e o Ministério de Minas e Energia, através da CPRM (Serviço Geológico do Brasil).
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