Jobim recebe almirante norte-americano
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O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos Estados Unidos (EUA), almirante Mike Mullen, chegou ontem a Manaus, por volta das 19h, para conhecer as ações das Forças Armadas na defesa externa, na garantia da lei, da ordem e na atuação contra crimes transfronteiriços e ambientais na Amazônia.
Mike Mullen, que é o principal assessor militar do presidente dos EUA, Barack Obama, foi recebido pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim e pelo comandante militar da Amazônia, Augusto Heleno Pereira, após desembarcar no Terminal 2 do Aeroporto Eduardo Gomes.
Mullen não deu entrevista à imprensa.
Segundo o ministro Nelson Jobim, Mullen está na Amazônia a convite do governo brasileiro para conhecer as ações de proteção no território nacional desenvolvidas pela Marinha e o Exército do Brasil.
Mullen é o mais graduado oficial da ativa na Marinha americana.
"Fui eu que fiz o convite ao almirante. Eu tive uma conversa com ele duas vezes, uma no governo Bush (ex-presidente dos EUA, George Bush), em janeiro, e outra no final do ano, já indicado ao governo Obama. E, agora, ele aceitou. Não tem nenhuma articulação de Obama, nem do governo Lula.
É uma articulação nossa, do ministério da Defesa, com o próprio almirante Mullen. Lógico que o presidente Lula autorizou. Isso foi feito por mim para começar um diálogo entre Brasil e Estados Unidos", afirmou.
"Nós iremos mostrar como operamos. É o início de uma série de visitas que se tratam do Brasil. O Brasil não pode fazer com os Estados Unidos qualquer tipo de operações conjuntas dentro do território brasileiro porque a legislação americana exige que os soldados americanos sejam submetidos à sua legislação pelos atos praticados em território brasileiro", completou.
Estratégia
Indagado se o convite faz parte de alguma estratégia específica do governo brasileiro, o ministro Jobim respondeu que "o Exército brasileiro, já tem bom entendimento com o exército americano, assim como a marinha brasileira também exerce várias atividades com a marinha americana, e as forças aéreas dos dois países também". "O que não existe é uma relação estratégica com os ministérios da Defesa e é possível que nós tenhamos uma conversa estratégica nesse sentido", afirmou.
Mullen passará um dia no Amazonas. De acordo com a assessoria de comunicação do Comando Militar da Amazônia (CMA), ele iria participar, ainda ontem, de um jantar no Comando Militar da Amazônia. Hoje, participará de palestras no Centro de Instrução de Guerra na Selva (GIGS). Depois seguirá para o Pelotão Especial de Fronteira (PEF) de Ipiranga, em Tabatinga (a 1.108 quilômetros a Oeste de Manaus). Além do Brasil, Mullen visitará Chile, Peru, Colômbia e México, onde pretende se reunir com chefes militares e civis.