Após corte de verbas, Força absorverá 43 mil soldados, em vez de 70 mil
Tânia Monteiro
Determinado a preservar de cortes orçamentários programas como o Bolsa-Família, o governo sacrificou os programas "sociais" do Exército. Por causa da redução em seu orçamento, a Força se viu obrigada a reduzir em 31% o número de soldados recrutas incorporados.
Em vez dos 70 mil soldados que deveriam prestar serviço militar neste ano, só 43 mil ingressaram no Exército, na semana passada. Outros 5 mil entrarão em agosto, totalizando 48 mil. Em todo o País, 1,6 milhão de jovens se alistaram para o serviço militar obrigatório em 2009.
O projeto Soldado Cidadão, lançado com toda a pompa em agosto de 2004, prometendo profissionalização, por ano, de 30 mil jovens, vem tendo o número de participantes reduzido ano a ano. Em 2009, a previsão é de que pouco mais de 18 mil sejam beneficiados.
O Exército se viu obrigado a reduzir o número de recrutas por causa do anúncio de contingenciamento da ordem de 30% do seu orçamento. A falta de recursos para a recomposição de materiais bélicos já vinha sendo alvo de cobranças pela Força. Agora, a área econômica está sendo criticada pelos militares porque o serviço obrigatório é considerado, no meio, como um dos grandes projetos sociais. A alegação é de que o jovem, além de ganhar salário mínimo, tem uniforme e moradia.
O Ministério da Defesa esclareceu que o corte no número de recrutas é medida de precaução, por causa do corte no orçamento. Ainda segundo a Defesa, se até meados do ano a situação econômica se equilibrar, o Exército poderá incorporar os 20 mil recrutas que deveriam ter começado o serviço militar agora.
Exército reduzirá incorporação de recrutas em 31% neste ano
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