Coreia do Norte promete testar foguete que ocultaria programa de mísseis.
com agências internacionais
A Casa Branca disse nesta quinta-feira (26) que o lançamento de um foguete pela Coreia do Norte será uma "provocação" e uma "violação de resoluções da ONU".
"Continuamos mantendo o objetivo de ter uma Coreia do Norte desnuclearizada e de trabalhar com nossos aliados para assegurar que isso aconteça", disse o porta-voz Robert Gibbs.
"Nós acreditamos que tal lançamento seria provocativo e uma violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU."
A reação da Casa Branca ocorre depois da revelação de que a Coreia do Norte prepara-se para lançar um míssil no próximo mês. EUA, Japão e Coreia do Sul suspeitam que o plano de lançamento norte-coreano oculte um teste de um programa de mísseis balísticos.
A Coreia do Norte ameaçou reiniciar sua usina nuclear de enriquecimento de plutônio se os EUA recorrerem à ONU contra o lançamento do satélite. A declaração é do porta-voz da chancelaria norte-coreana e foi divulgada pela agência local KCNA.
Mais cedo, o diretor de Inteligência Nacional dos EUA, Dennis Blair, havia dito que a Coreia do Norte corre o risco de enfrentar a condenação internacional ou algo "pior" se seguir com seus planos.
Blair também afirmou a repórteres que o líder norte-coreano, Kim Jong-Il, segue com o controle total do país após se recuperar de um suposto derrame no ano passado e seria irreal esperar que qualquer outra pessoa do país assuma o poder.
O Departamento de Estado norte-americano informou nesta quinta que enviados do Japão, Coreia do Sul e EUA vão se reunir em Washington para consultas sobre a Coreia do Norte, que está com um míssil de longo alcance posicionado para o lançamento.
O porta-voz do Departamento de Estado Gordon Duguid disse que ainda não foi finalizada a programação das reuniões, mas que deve haver conversas entre Estados Unidos e os representantes dos outros dois países, separadamente, e também um diálogo informal entre os três.
O lançamento seria um "desafío e uma provocação grave" para a segurança regional da Península da Coreia, advertiu mais cedo o governo da Coreia do Sul depois que fontes do governo dos Estados Unidos e do Japão afirmaram que o foguete norte-coreano já está na plataforma de lançamento.
Apesar das advertências internacionais, a Coreia do Norte anunciou que colocará em órbita um "satélite de telecomunicações" entre 4 e 8 de abril, mas Washington, Tóquio e Seul temem que tudo não passe de um teste de míssil de longo alcance capaz de atingir os estados norte-americanos do Alasca e do Havaí.
O regime comunista de Pyongyang prossegue com a preparação do lançamento, que representaria "um desafio e uma provocação grave", afirmou o porta-voz do ministério sul-coreano da Defesa, Won Tae-Jea.
"O lançamento pela Coreia do Norte de um foguete de longo alcance seria claramente uma violação da resolução 1718 do Conselho de Segurança da ONU. Pedimos firmemente que renuncie a isto imediatamente", disse Won.
Na quarta-feira, um funcionário do alto escalão do governo americano afirmou que a Coreia do Norte colocou um míssil balístico de longo alcance em uma plataforma de lançamento.
O funcionário, que pediu para não ser identificado, disse que a notícia divulgada pela imprensa japonesa sobre um míssil de longo alcance colocado na plataforma "é precisa".
Segundo a fonte da AFP, trata-se de um míssil Taepodong 2.
Se o lançamento acontecer, será muito difícil determinar imediatamente se é um míssil de longo alcance ou um foguete para colocar em órbita um satélite, já que os dois artefatos são propulsados por lançadores de tecnologia similar.
A Marinha americana já deslocou navios de guerra equipados com sistemas de defesa antimísseis para as costas do Japão.
A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, que está visitando o México, disse que se a Coreia do Norte realmente realizar o teste do míssil, ela sofrerá consequências. Ela qualificou a ação de "provocativa" e disse que os Estados Unidos apelarão às Nações Unidas se houver o lançamento.
A tensão na Península da Coreia aumentou com o anúncio da Coreia do Norte de que lançará um satélite entre os dias 4 e 8 de abril.
O Japão deve acompanhar o lançamento de um míssil, caso ele se confirme, e planeja aprovar medidas para destruir qualquer foguete que rume em direção ao seu território, disse a agência de notícias Kyodo.