China quer melhorar relação militar com os EUA
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A China pediu ontem que os Estados Unidos atuem para melhorar as relações militares bilaterais, por estimar que elas continuam passando por um período difícil.
– Esperamos que os americanos tomem medidas concretas para o restabelecimento e desenvolvimento de nossos vínculos militares – disse Qian Lihua, diretor do Departamento de Assuntos Externos do Ministério da Defesa, citado pela agência de notícias Nova China.
Qian Lihua fez as declarações durante a abertura de uma nova sessão de diálogo militar entre chineses e americanos em Pequim.
A delegação americana, dirigida por David Sedney, subsecretário adjunto de Defesa para a Ásia Oriental, participará de dois dias de discussão com o Exército Popular de Libertação.
O diálogo, lançado em 1997, foi suspenso pela China no ano passado em protesto contra as vendas de US$ 6,5 milhões em armamento de Washington para Taiwan.
Segundo os americanos, o diálogo se focará nos objetivos mundias e nacionais em termos de segurança e na possibilidade de ampliar a cooperação entre os dois Exércitos, sobretudo em termos de luta antipirataria. A Marinha chinesa participa desde o final de dezembro dos esforços internacionais nas águas da Somália contra os piratas.
O novo governo de Barack Obama anunciou que está disposto a ampliar o diálogo com a China sobre temas como a crise econômica e o aquecimento global. A secretária de Estado, Hillary Clinton, repetiu a mensagem durante sua visita no último fim de semana a Pequim.
Esta nova rodada de negociações acontece dias antes de a China revelar seu planejamento militar para 2009, que deve registrar um aumento, apesar da crise. Em 2008, o gasto com a área aumentou para US$ 57,230 milhões, aumento de 17,6% em um ano.
Os Estados Unidos criticam regularmente a falta de transparência desse gasto e a ameaça potencial das ambições chinesas para manter a segurança na região. Os chineses costumam responder lembrando que o gasto dos EUA com o setor militar também é alto. Para 2010, Obama reservou para a defesa US$ 663.700 milhões, um aumento de 1,5% em relação ao último ano.