Brasil cede a Moçambique aviões e ajuda em operação de paz
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Maputo, 26 mar (Lusa) - O governo brasileiro vai oferecer aviões P-27 à Força Aérea moçambicana e ajudará a criar uma unidade para operações de manutenção de paz no exército de Moçambique, anunciou nesta quinta-feira o ministro da Defesa, Nelson Jobim.
“Vamos providenciar a transferência do P-27, um avião utilizado no Brasil para treinos militares”, disse Nelson Jobim aos jornalistas, no final de uma audiência concedida pelo presidente moçambicano, Armando Guebuza.
“Verificarei a possibilidade de mandar mais alguns aviões. Estamos a fazer uma mudança na Força Aérea brasileira, estamos a substituir os P-27 pelos Super Tucanos. Com isso, queremos ver quais os aviões que podemos mandar para cá” (Moçambique), disse Nelson Jobim.
O governante brasileiro indicou que, nos próximos dias, dois oficiais e igual número de mecânicos moçambicanos vão deslocar-se ao Brasil para se familiarizarem com o avião que as autoridades de Defesa brasileiras pretendem “transferir para a Força Aérea moçambicana”.
Contudo, a chegada destes aviões depende da aprovação da proposta pelo Congresso brasileiro, destacou o titular da pasta da Defesa do Brasil, que hoje fez uma visita de algumas horas a Moçambique, para estreitar laços de cooperação no domínio da defesa.
Hoje, o ministro da Defesa do Brasil e o seu homólogo de Moçambique, Filipe Nyussi, assinaram um acordo de cooperação que destaca a formação de oficiais moçambicanos na área de pilotagem.
“Firmamos um acordo que fará com que os objetivos se otimizem: Dentro de 30 dias chegará a Maputo um grupo de oficiais brasileiros para começar a implantação de uma unidade de operação de paz no exército de Moçambique”, exemplificou Nelson Jobim.
“Teremos condições de trabalhar durante este período e a dinâmica deste processo já se iniciou. Faremos treinos aqui e, posteriormente, contingentes moçambicanos poderão fazer os treinos no Brasil, mas iniciaremos aqui”, afirmou Nelson Jobim.
Segundo o governante, a unidade de operações de paz no exército de Moçambique, que o Brasil ajudará a estabelecer, será composta por 700 homens, que deverão integrar o contingente de paz na África.
“O objetivo maior é a formação aqui em Moçambique de um contingente de operações de paz que possa servir a África”, disse Nelson Jobim, assinalando que o Brasil opera hoje internacionalmente 1.400 homens, sendo que a sua operação de manutenção da paz está vinculada ao Estado de Haiti, onde estão 1.300 soldados brasileiros.
O ministro da Defesa de Moçambique, Filipe Nyussi, disse aos jornalistas que o protocolo firmado com o seu homólogo brasileiro traduz as necessidades do país.
“Escolhemos áreas fazíveis e, neste caso concreto, foi a área de formação. Sabemos que temos uma academia militar (com uma turma de sete pilotos, que terminará em 2010), que está a formar pilotos e estamos na reta final da formação e os jovens precisam voar”, citou Filipe
Nyussi.
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