Segundo a segundo. Minuto a minuto. Contra o espaço ínfimo que separa a esperança da frustração, voou, no último domingo, a jato a aeronave VU-35 da Força Aérea Brasileira, pertencente ao Grupo de Transporte Especial (GTE), com uma carga especial. O avião transportou da capital federal para São Paulo dois rins, um pâncreas e um fígado, para serem transplantados em quatro pacientes internados no Hospital Beneficência Portuguesa, à espera na fila do Sistema Único de Saúde (SUS). Os órgãos foram retirados de um paciente com morte encefálica na cidade de Rio Branco (AC).
Como não há voo comercial direto da capital acreana para São Paulo, a equipe médica que conduzia os órgãos ficaria pelo menos três horas no aguardo de um novo voo. Foi para evitar essa situação que a aeronave da FAB decolou para a capital paulista.
De acordo com o médico Leonardo Toledo Mota, profissional encarregado dos transplantes daquela unidade de saúde, o apoio da aeronave da FAB foi fator muito importante para a realização dos transplantes. “Em casos assim, o tempo é fundamental para o sucesso da cirurgia. Agora, a equipe de transplantes tem uma margem de tempo de segurança para a realização dos procedimentos”, disse o profissional. O Lear Jet da FAB chegou a São Paulo às 8h10, no tempo da urgência, da pressa necessária, que tanto diminui a possibilidade de frustração como aumenta muito a da esperança pela vida.