IGOR GIELOW
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Não é só a crise econômica que assombra o desejo da FAB (Força Aérea Brasileira) de assinar ainda neste ano o contrato para a compra de 36 aviões de combate: a sucessão presidencial de 2010 é um fator tão ou mais importante. "Dinheiro eu acredito que teremos. Mas quero fechar o contrato em 2009 porque ano que vem é ano eleitoral", disse o comandante da FAB, Juniti Saito.
A FAB recebeu anteontem as propostas dos três competidores selecionados para a etapa final do chamado F-X2, negócio de estimados US$ 2 bilhões.
Saito afirma que não há preocupação no gasto deste ano, já que o F-X2 só teria o primeiro desembolso – uma entrada de 15% do valor total do contrato- no Orçamento de 2010. Setores do governo informaram os fabricantes que a verba pode vir de crédito extraordinário. Saito afirma não crer nessa necessidade. De todo modo, ele já prevê ter de apertar o cinto.
Saito diz que, apesar das dificuldades, "avião não é só colocar combustível e voar", ao comentar o risco de falta de peças de manutenção.
Concorrem a francesa Dassault (Rafale), a americana Boeing (F/A-18) e a sueca Saab (Gripen NG). As propostas devem ser apreciadas até junho.