BRASÍLIA. No mesmo ano em que finaliza um dos maiores contratos militares já feitos no país, para a compra de novos caças, a Aeronáutica planeja reduzir em 30% suas despesas com custeio para fazer frente aos cortes decorrentes da crise internacional. A redução representa cerca de R$386 milhões do orçamento aprovado de R$11,9 bilhões para a FAB neste ano, sendo que R$8,6 bilhões são gastos com a folha de pagamento. Segundo o comandante Juniti Saito, a redução não vai afetar os gastos com a manutenção e modernização do sistema de controle aéreo do país.
Saito estima que R$900 milhões serão destinados à segurança aérea (manutenção e melhoria nos equipamentos de tráfego aéreo). Essa verba é acumulada ao longo do ano com pagamentos de taxas de serviço aéreo no Fundo Aeronáutico. A destinação é garantida, mas já ocorreu contingenciamento no passado.
- Já estamos tomando providências para a diminuição dos gastos de custeio, em cerca de 30% - disse Saito.
O comandante não detalhou onde deverá fazer os cortes. Apenas comentou que poderá diminuir despesas básicas, como telefones e outros itens de consumo da Força que podem ser reduzidos.
Aviões antigos devem ser descartados
Juniti Saito indicou ainda que a FAB pode se desfazer dos aviões muito velhos, como o Boeing 737, apelidado de Sucatinha. Em outras frentes de investimento, ainda pode ocorrer mudança. O contingenciamento, de acordo com o comandante, não está definido para o decorrer do ano e, por enquanto, apenas 50% da verba de investimento estão liberados para uso da FAB.
- Por enquanto, a modernização dos AMX não está afetada - disse Saito, em referência às melhorias necessárias para evitar que os caças se tornem obsoletos.
O comandante da FAB afirmou que o programa FX-2 para compra de novos caças também não será afetado. Isso porque o primeiro desembolso só deve ocorrer no ano que vem. Juniti Saito estima ser necessário um desembolso de 15% do contrato em
Novos caças podem chegar em 2011
Anteontem, a comissão do projeto FX-2 iniciou a fase de análise das propostas dos três caças finalistas: Rafale (Dassault), Grippen NG (Saab) e o F-15 SuperHornet (Boeing). O grupo ficará reunido por três semanas
Extraoficialmente, a FAB espera fazer sua escolha no segundo semestre e firmar contrato em outubro.
- O programa FX-2 começa no ano que vem, quando será necessário um desembolso alto inicial, de 15% do contrato, o que é um montante razoável. Em 2011, esperamos receber as primeiras aeronaves - disse Saito.