A política da campanha israelense de extermínio: Apoiantes, apologistas e fornecedores de armas
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James Petras [*]
Devido ao apoio incondicional de toda a classe política dos EUA, desde a Casa Branca até ao Congresso, incluindo ambos os partidos, responsáveis eleitos a deixarem e a ocuparem os seus cargos e todos os principais veículos de comunicação impressos e eletrônicos, o governo israelense não sente qualquer escrúpulo em proclamar publicamente um relato pormenorizado e gráfico da sua política de extermínio em massa da população de Gaza.
A sustentada e abrangente campanha de Israel de bombardeamento de todos os aspectos da governação, das instituições cívicas e da sociedade são destinadas a destruir a vida civilizada em Gaza. A visão totalitária de Israel é guiada pela prática de um expurgo permanente da Palestina árabe informada pelo sionismo, uma ideologia étnica-racista, promulgada pelo estado judeu e justificada, forçada e buscada pelos seus apoiantes organizados nos Estados Unidos.
Os fatos do extermínio israelense são conhecidos: Nos primeiros seis dias de bombardeamentos de terror noite e dia dos maiores e menores centros populacionais, o Estado judeu assassinou e mutilou seriamente mais de 2.500 pessoas, sobretudo desmembrados e queimados nos fornos abertos do fogo dos mísseis. Grande número de crianças e mulheres foram abatidas bem como civis e responsáveis indefesos.
Eles selaram todo o acesso a Gaza e declararam-na uma zona militar de fogo livre, enquanto ampliaram o seu alvo de modo a incluir toda a população de 1,5 milhão de prisioneiros semi-esfaimados. Segundo o Boston Globe (30 de Dezembro de 2008): "Oficiais militares israelenses disseram que as suas listas de alvos foram ampliadas para incluir a vasta rede de apoio na qual o movimento islamita confia para permanecer no poder" ...estamos a tentar atingir todo o espectro, porque tudo está conectado e tudo apóia o terrorismo contra Israel" (sublinhados meus). Um israelense do topo do seu aparelho de polícia secreta é citado dizendo; "A infra-estrutura civil do Hamas é um alvo muito sensível" (ibid). O que os planejadores políticos e militares israelenses designam como "Hamas" é toda a rede de serviço social, todo o governo e a vasta maioria das atividades econômicas, abarcando quase todos os aprisionados 1,5 milhão de residentes em Gaza.
A lista "alvo" de Israel envolve portanto a” população total”, utilizando a totalidade do seu armamento não nuclear e por um período de tempo ilimitado (até o "amargo fim" de acordo com o primeiro-ministro israelense). O porta-voz do ministro da Defesa de Israel reiterou enfaticamente o conceito de guerra totalitário do Estado judeu enfatizando os civis como alvos: "O Hamas tem utilizado ostensivamente operações civis como cobertura para atividades militares. Qualquer coisa filiada ao Hamas é um alvo legítimo".
Tal como todos os totalitários no passado, o estado judeu jacta-se de ter sistematicamente planeado com antecipação a campanha de extermínio – meses antes – até mesmo incluindo o dia e à hora precisa do bombardeamento para infligir o máximo assassínio de civis. Os rockets e bombas caíam quando as crianças estavam a deixar a escola, quando cadetes da polícia que estavam a receber os seus diplomas e quando mães desesperadas corriam das suas casas para descobrirem seus filhos e filhas.
A campanha de extermínio em massa por meios militares veio na seqüência do seu incessante embargo econômico total e da persistente campanha de assassínios seletivos nos dois anos anteriores. Ambos foram concebidos para expurgar a Palestina da sua população árabe, primeiro através da fome em massa, da doença, da humilhação e intimidação violenta e do poder por procuração capturado pelos quislings da OLP sob o fantoche sionista Abbas. Quando descobriram que a fome em massa e o assassínio seletivo israelense apenas fortaleciam as ligações da população ao seu governo democraticamente eleito e a resolução do governo Hamas para resistir a Israel, o regime israelense desencadeou todo o seu arsenal de armas, incluindo novas "prendas americanas" do último tipo: bombas "rompe bunker" de 1000 libras [454 kg] e mísseis de alta tecnologia para incinerar seres humanos em grande número dentro do seu raio mortal e destruir a civilização palestina.
Indo diretamente da sua visão totalitária aos planos militares para o ataque bárbaro aos centros populacionais palestinos, o Estado judeu destruiu a principal universidade com mais de 18 mil estudantes (sobretudo mulheres), mesquitas, farmácias, condutas de água e eletricidade, centrais elétricas, aldeias de pescadores, barcos de pesca e o pequeno porto pesqueiro que proporcionava um magro abastecimento de peixe à população famélica. Eles destruíram estradas, instalações de transporte, depósitos de alimentos, edifícios dedicados à ciência, pequenas fábricas, lojas e apartamentos. Eles destruíram um dormitório de mulheres na universidade. Nas palavras do líder de Israel: "...porque tudo está conectado com tudo..." é necessário destruir todo e cada um dos aspectos da vida, os quais permitem aos humanos existirem com alguma dignidade e independência. Os líderes totalitários israelenses sabiam com segurança que podiam atuar e podiam matar com impunidade, ao nível local e diante do mundo todo, devido à influência da Configuração de Poder Americano-Sionista dentro da Casa Branca e do Congresso dos EUA. Sabiam terem o pleno apoio de todos os principais partidos políticos israelenses, de sindicatos, mass media e especialmente da opinião pública. O estado de terror israelense é apoiado por 81% dos judeus israelenses segundo um inquérito efetuado pelo Channel 10 de Israel ( Financial Times, 30 de Dezembro de 2008). A violência totalitária e o extermínio de palestinos são extremamente populares entre o eleitorado judeu, especialmente para aumentar o apoio ao candidato do Partido Trabalhista Ehud Barak. Eles sabiam que teriam "êxito" sem virtualmente nenhuma baixa porque bombardeavam, queimavam e desmembravam uma população indefesa à qual faltavam totalmente os meios mínimos para defender-se de bombardeiros F16, helicópteros canhoneiros e mísseis de assalto. A vil depravação do assalto à população indefesa é acompanhada pela absoluta covardia do comando militar israelense e do seu público sedento de sangue abrigado por trás do seu monopólio aéreo. Eles não sofreram ameaças de retaliação, nem pilotos feridos ou mortos, quando helicópteros canhoneiros, onda após onda, enxameava sobre uma população indefesa aprisionada num gueto apinhado e sitiado.
Centenas de tanques e veículos blindados estão preparados para invadir logo que as cidades tenham sido arrasadas, logo que a população esteja demasiado enfraquecida pela fome para resistir, logo que os líderes e combatentes tenham sido assassinados e as instituições palestinas normais da lei e da ordem tenham sido pulverizadas, abrindo caminho para os corruptos colaboradores da chamada Autoridade Palestina. Então, e somente então, a equipe israelense de generais arriscará a pele de um precioso "soldado" judeu.
A partir do momento em que o governo israelense decidiu que destruiria o recém-eleito governo do Hamas e puniria o eleitorado democrático de Gaza com a fome e o assassínio, todo o Pode de Configuração Sionista (ZPC) nos EUA, incluindo o PMAJO, tudo fez para implementar a política israelense. O PMAJO abrange dois quintos das organizações judias com o maior número de membros, com o maior poder financeiro e os apoiantes mais influentes. O mais eminente lobista dentro do PMAJO é a AIPAC, a qual tem mais de 100 mil membros e 150 operacionais a tempo inteiro em Washington a pressionarem ativamente o Congresso, a Casa Branca e todas as agências administrativas cujas políticas possam relacionar-se aos interesses do Estado de Israel. Contudo, a política israelense estende-se muito além das suas agências não governamentais. Mais de uma vintena de legisladores no Congresso e mais de uma dúzia de senadores são sionistas comprometidos que apóiam automaticamente as políticas de Israel e pressionam por financiamento e armamento dos EUA para a sua máquina militar. Responsáveis de topo em posições administrativas chave, no Tesouro, no Comércio e no Conselho de Segurança Nacional, funcionários superiores no Pentágono e conselheiros de topo sobre assuntos do Médio Oriente são também sionistas fanaticamente comprometidos que firmemente e sem rodeios apóiam as políticas do Estado de Israel.
Igualmente importante, a maioria da grande indústria do cinema, dos jornais e dos media eletrônico são de propriedade ou profundamente influenciados por magnatas judeu-sionistas empenhados em inclinar os "noticiários" a favor de Israel. A composição e influência do ZPC são centrais para o entendimento das três principais características do poder de Israel: (1) Israel pode cometer o que importantes peritos das Nações Unidas e de direitos humanos definiram como "crimes contra a humanidade" com impunidade total; (2) Israel pode assegurar um abastecimento ilimitado das armas mais avançadas tecnologicamente e mais destrutivas e utilizá-las sem limites sobre uma população civil em violação até mesmo de restrições do Congresso dos EUA e (3) vintenas de quase unânimes condenações das Nações Unidas da construção de barreiras de apartheid genocida contra uma população nativa, de embargos para provocar a fome e da atual campanha de extermínio em Gaza são sempre vetadas pelo representante dos EUA.
Muitos críticos do genocídio de Israel em Gaza também condenam o que denominam "a cumplicidade" de Washington ou "dos Estados Unidos" sem identificar claramente as forças sociopolíticas reais que influenciam as decisões políticas ou as lealdades políticas e identidades "duais" dos políticos "americanos" que têm fidelidades consagradas e profundas a Israel. Em conseqüência, a maior parte dos críticos deixa de registrar, protestar ou mesmo identificar a ideologia e a política das configurações de poder organizado que definem a cumplicidade estado-unidense com Israel, que intimidam críticos potencias, os quais escrevem e propalam os editoriais pró-Israel na mídia e filtram qualquer crítica, qualquer verdade... mesmo quando Israel se empenha em prolongadas campanhas de extermínio sangrento.
A ZPC e a guerra israelense de extermínio em Gaza
A ZPC desempenhou um papel importante em todas as etapas da campanha de extermínio contra Gaza, incluindo um prolongado esforço de propaganda. A ZPC orquestrou com êxito uma campanha maciça por toda a vasta rede dos meios de comunicação americanos, que controla e influencia. Ela fabricou uma imagem da administração Hamas em Gaza como uma organização terrorista, a qual alegadamente capturou o poder através da violência – negando totalmente sua elevação ao poder através de eleições democráticas e internacionalmente fiscalizada e a defesa do seu mandato eleitoral contra uma captura militar dos EUA-Israel apoiada pela OLP. Toda a liderança sionista judia apoiou as tomadas de terras de Israel, as suas muralhas de gueto em torno dos palestinos, as centenas de obstruções de estradas, os colonos judeus a tomarem violentamente lares palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém Leste e o criminoso e genocida embargo econômico israelense contra Gaza concebido para sistematicamente esfaimar os palestinos e levá-los à submissão.
Ao longo de dois anos desta campanha israelense de extermínio, os sionistas americanos desempenharam um papel importante levando o servil governo dos EUA a apoiar interna e externamente cada medida totalitária: A vasta maioria das sinagogas locais tornaram-se púlpitos de defesa da fome e da degradação dos 1,5 milhão de refugiados palestinos em Gaza engaiolados por todos os lados por forças mortíferas e dos 4,5 milhões "emparedados" nos cantões econômica e socialmente devastadores da Cisjordânia sob ocupação estrangeira. O Congresso dos EUA vergonhosamente seguiu a liderança sionista, apoiando toda e cada uma das medidas criminosas tomadas pelo Estado de Israel e aprovando dúzias de resoluções, a maior parte das quais foi inteiramente redigida pelos lobistas da AIPAC a atuaram como agentes não registrados do governo israelense (contrariando o estatuto federal dos EUA, o qual exige aos agentes e lobistas estrangeiros que se registem como tais). Os pedidos de Israel pelos mais atualizados aviões de guerra dos EUA, incluindo F16s, helicópteros canhoneiros Apache e bombas de 1000 libras foram garantidos graças ao esforços dos lobistas da AIPAC e dos seus clientes no Congresso dos EUA. Por outras palavras, a ZPC americana criou a cobertura ideológica e os instrumentos militares para a "guerra total" de Israel contra a indefesa população palestina. Igualmente importante, eminentes líderes sionistas no Congresso e membros do establishment de política externa bloquearam ou vetaram qualquer crítica internacional a Israel – assegurando a sua impunidade e imunidade em relação a qualquer das sanções do Congresso aprovada habitualmente contra estados criminosos. Por outras palavras, os decisores políticos israelenses operavam com o conhecimento de que não haveria repercussões econômicas, diplomáticas e militares negativas para o lançamento da sua planeada campanha de extermínio de Gaza porque sabiam, antecipadamente, que "o seu pessoal" tinha o controle total da política estado-unidense do Médio Oriente ao ponto de realmente repetir ao pé da letra toda e cada uma das mentiras da propaganda em defesa da guerra total de Israel contra toda a população de Gaza.
Em defesa da guerra de extermínio de Israel
Os media impressos dos EUA controlados pelos sionistas, em particular o New York Times e o Washington Post, fabricaram sistematicamente um conto que se ajusta perfeitamente à linha oficial de Israel na defesa do seu assalto maciço a Gaza: Omitindo qualquer relato histórico das centenas de incursões armadas israelenses e assassinatos "seletivos" de líderes e responsáveis palestinos (mesmo nas suas próprias casas) os quais repetidamente violaram o "cessar fogo" acordado pelo Hamas e provocaram a sua retaliação em autodefesa do seu povo; omitindo os anos de um embargo de alimentos e bens essenciais forçado por Israel que ameaçavam as vidas de 1,5 milhão de palestinos e levou aos esforços desesperados dos dirigentes eleitos do Hamas para assegurar abastecimentos para a sobrevivência do povo através de túneis sob a fronteira egípcia e através de ataques com mísseis contra Israel para pressionar o estado judeu a negociar um fim do bloqueio criminoso.
A Conferência de Presidentes das Principais Organizações Judias Americanas, e a vasta maioria dos grupos e congregações comunais judeus, deram apoio entusiástico e unânime à guerra total de Israel, à sua campanha de extermínio contra a população palestina cativa em Gaza. Mesmo quando imagens e relatos da destruição maciça, das mortes e ferimentos de mais de 2500 palestinos indefesos infiltraram-se nos meios de comunicação, nem uma única grande organização judia rompeu fileiras; apenas indivíduos e pequenos grupos protestaram. Todas as "Principais" persistiram na sua política da Grande Mentira: as destruições de hospitais, mesquitas, universidades, estradas, apartamentos, farmácias e portos pesqueiros foram todas etiquetadas como "alvos Hamas". O sistemático assalto total, sem oposição, de helicópteros canhoneiros contra 1,5 milhão de civis palestinos foi apagado por relatos tendenciosos de mísseis artesanais do Hamas a caírem ineficientemente próximo a cidades israelenses.
Um olhar atento ao mais importante órgão de propaganda do PMAJO, The Daily Alert (TDA), durante os primeiros cinco dias do assalto de Israel, revela a direção da propaganda tomada pela liderança da configuração de poder pró - Israel. A TDA trabalhou sistematicamente para alcançar o seguinte:
1- Exagerar as ameaças a Israel por parte dos mísseis palestinos de Gaza, citando quatro mortes israelenses, enquanto omitia qualquer menção aos 2.500 palestinos mortos e feridos e a destruição total da sua economia e condições de vida (sem água potável, eletricidade, alimentos, combustível, remédios e aquecimento no Inverno).
2- Promover o assalto militar de Israel como "defensivo", destinado a eliminar os ataques de rockets do Hamas, enquanto omitindo qualquer menção do objetivo claramente declarado de Israel de destruir todas as organizações civis, agências de bem estar social, instalações educacionais, clínicas médias e instituições de segurança pública ligadas de qualquer forma ao governo eleito do Hamas e quaisquer agências auxiliares.
3- Citar declarações selecionadas de aliados e clientes de Israel (Washington, os media dos EUA, Alemanha e Reino Unido) a culpar o Hamas pelo conflito sem mencionar a vasta maioria de países na Assembléia Geral das Nações Unidas a condenarem a brutalidade de Israel.
4- Reproduzir calúnias israelenses contra todo e qualquer líder e organizações internacionais de direitos humanos que condenem a política de genocídio do estado judeu contra os palestinos nativos. A este respeito, a TDA é o principal "negador do genocídio" nos Estados Unidos e, talvez fora de Israel, no mundo.
5- Citar repetidamente afirmações de líderes políticos e militares israelenses de que atuam "com restrição", "salvaguardando civis" e "a alvejar objetivos militares", mesmo em face de relatos e imagens de destruição em massa e perdas de vida civis documentadas na vasta maioria do media ocidentais (não EUA).
6- Defender toda a missão israelense de bombardeamento, todos os dias, todas as horas, de todo edifício, de todo o lar e de toda instituição econômica, religiosa e educacional em Gaza como "defensiva" ou uma "represália", enquanto citando alguns dos mais notórios, incondicionais apologistas de sempre da violência israelense como se fossem intelectuais isentos, incluindo Benny 'Nuke Tehran' Morris, Marty Peretz e Amos Oz.
7- O Daily Alert cita escritores, jornalistas e editores estado-unidenses que louvam e defendem a "guerra total" de Israel sem identificar a sua antiga filiação e identificação com organizações sionistas, dando a imagem falsa de um vasto espectro de opinião pública por trás do assalto. Nunca os mais moderados críticos judeus ou gentios da campanha de extermínio maciço de Israel apareceram em quaisquer números de The Daily Alert.
As principais organizações judias americanas bombardearam o Congresso dos EUA, influenciando, intimidando e comprado os acovardados "representantes" do povo americano, os media e os notáveis públicos com mentiras em defesa da guerra total de Israel para o extermínio de um povo. A sua cumplicidade pública, arrogante e aberta no genocídio pode ser considerada um crime contra a humanidade: A promoção de atos deliberados de um Estado para destruir todo um povo.
E estes cúmplices voluntários, estes "verdugos voluntários" do assassínio em massa pelo Estado continuam sem contestação dentro da classe política dos EUA. Um dos seus principais porta-vozes na nova administração Obama, o chefe dos Conselheiros Presidenciais David Axelrod, cita mesmo um discurso da campanha de Obama a defender assaltos israelenses ao povo de Gaza.
Israel arrogantemente repudia todos os apelos para terminar este assassínio em massa, pois Israel sabe que "o seu pessoal" ainda está no controle da política estado-unidense em relação ao Médio Oriente e utilizará o seu poder na nova administração presidencial para bloquear qualquer condenação deste crime.
Até a data, todos os movimentos de direitos humanos e anti-guerra deixaram sequer de mencionar, muito menos desafiar, as mais poderosas organizações políticas de propaganda, as quais influenciam a política dos EUA e manipulam a mídia em favor da campanha de extermínio de Israel. Eles não desempenharão qualquer papel restritivo sobre as políticas totalitárias de Israel enquanto os seus principais apoiantes americanos estiverem livres para mentir, manipular e defender todo e qualquer crime.
Há pouca esperança de uma política independente no Congresso dos EUA enquanto a guerra de extermínio de Israel em Gaza puder ser defendida pelo presidente do Comitê de Assuntos Estrangeiros do Congresso (e sionista fanático), o deputado Howard Berman, nos seguintes termos: "Israel tem o direito, na verdade o dever, de defender-se em resposta às centenas de rockets e morteiros disparados de Gaza durante a semana passada. Nenhum governo no mundo sentaria e permitiria que os seus cidadãos fossem sujeitos a esta espécie de bombardeamento indiscriminado. A perda de vidas inocentes é uma tragédia terrível e a culpa por esta tragédia jaz com o Hamas". Portanto, o deputado Berman cinicamente omite os dois anos de embargo de Israel, os assassinatos "seletivos" de palestinos, os ataques de mísseis "seletivos" contra civis, os bloqueios por terra, mar e ar e a flagrante destruição "seletiva" da infraestrutura de Gaza. Nenhum governo, muito menos um governo islâmico eleito democraticamente, pode permanecer passivo enquanto o seu povo é esfaimado e assassinado a fim de ser submetido. Mas para os respeitados deputados Bermans do mundo, só as vidas dos judeus importam, não os milhares crescentes de assassinados, desmembrados e mutilados cidadãos de Gaza – eles não contam como pessoas!
O que deve ser feito
Os crimes de Israel contra a humanidade exigem uma resposta pública: ação social, a qual o forçará a cessar e desistir da sua campanha para exterminar o povo de Gaza. Uma vez que o estado judeu assaltou um vasto conjunto de instituições sociais palestinas, as quais ressoam com aquelas da nossa própria sociedade, podemos e devemos mobilizá-las para condenar e condenar os seus equivalentes em Israel:
1- Deveríamos exortar toda a comunidade acadêmica a denunciar o bombardeamento por Israel da Universidade Islâmica de Gaza e a destruição total de todas as suas instalações científicas. Um boicote organizado de universidades israelenses e todos os intercâmbios acadêmicos, especialmente científicos, deveria tornar-se a política universitária por todo o país. Atenção especial deveria ser prestada aos 450 presidentes de universidades dos EUA que no passado recente denunciaram um apelo de acadêmicos britânicos a um boicote e que permanecem silenciosos e cúmplices em face da total aniquilação física de todas as dezenas de faculdades para 20 mil estudantes universitários palestinos.
2- Todos os trabalhadores da saúde americanos, médicos, enfermeiros, técnicos, deveriam organizar e denunciar o embargo médico de Israel contra 1,5 milhão de palestinos apinhados na Faixa de Gaza. Devem condenar o bombardeamento por Israel do Hospital Pediátrico de Gaza, das farmácias de bairro e os ataques a qualquer meio de transporte de feridos palestinos vítimas dos seus ataques aéreos e com mísseis. O pessoal médico deveria levantar as questões éticas fundamentais respeitantes à colaboração do pessoal médico americano e aos programas com as políticas de "guerra total" de extermínio do Estado Judeu.
3- Todos os cidadãos deveriam exigir o fim de toda ajuda militar americana a Israel, especialmente caças F16, helicópteros de ataque Apache, mísseis, bombas "anti-bunker" de 1000 libras utilizadas pelas forças armadas israelenses sobre infraestruturas civis de Gaza e o assassínio e mutilação de mais de 2500 palestinos, civis, funcionários públicos, polícia e milícia nacional. Na busca de um corte à ajuda militar dos EUA a Israel, deveriam ser feitos todos os esforços para selecionar e denunciar os mais poderosos, agressivos e bem sucedidos advogados e lobistas sionistas que influenciam os membros eleitos do Congresso e da Casa Branca sobre orçamentos de ajuda militar ao estrangeiro. Nenhum progresso na finalização da ajuda militar dos EUA à limpeza étnica de Israel terá êxito a menos que o movimento da paz e os demais estarrecidos pelo assassínio em massa de Israel enfrente diretamente o lobby sionista. Isto inclui boicotes, contestações e manifestações contra a AIPAC, a Jewish Anti-Defamation League e as demais 50 organizações judias americanas, as quais criam e asseguram o endosso governamental às políticas de extermínio de Israel.
4- As instituições religiosas deveriam denunciar vigorosamente os crimes de Israel contra a humanidade, incluindo a sua demolição de cinco mesquitas, unindo todas as fés (cristã, muçulmana, budista) e especialmente estendendo a mão à pequena minoria de rabis e judeus praticantes desejosos de denunciar diretamente as práticas totalitárias do Estado israelense.
5- Os trabalhadores dos portos e das docas, marinheiros e outros trabalhadores e oficiais da marinha deveriam boicotar a operação de todo comércio com Israel e denunciar o violento assalto ilegal da sua Marinha de Guerra, em águas internacionais, a barcos de pesca e navios que transportavam ajuda humanitária para Gaza. Nenhum navio transportando produtos israelenses deveria ser carregado ou descarregado enquanto Israel mantiver o seu criminoso bloqueio militar às instalações do porto de Gaza.
6- Dezenas de milhões de cidadãos estado-unidenses sujeitos ao viés unilateral dos media eletrônico e impressos pró Israel, às apresentações parciais de editorialistas, "noticiaristas" e pretensos especialistas em Médio Oriente, deveriam exigir igual tempo, cobertura e reportagens para especialistas não sionistas, analistas e comentadores. Deveríamos exigir o fim de eufemismos e fabricações, as quais convertem vítimas em agressores e exterminadores em vítimas.
7- Deveríamos travar uma batalha de idéias por toda a parte (e em todo fórum público) contra os esforços da Configuração de Poder Sionista para monopolizar a discussão sobre a política israelense de genocídio, para censurar, intimidar e inclinar os críticos do apartheid israelense – como o presidente da Assembléia Geral da ONU, Manuel d'Escoto, tão apropriadamente chama à Muralha do Gueto de Israel a cercar aldeia palestinas. A expansão do protesto público contra a guerra de extermínio de Israel é um enorme passo em frente para reagir ao monopólio sionista dos meios de comunicação e encorajar as dezenas de milhões de americanos que reconhecem claramente e privadamente não concordam com os crimes de Israel contra a humanidade e sentem-se mal com a selvajaria da elite local sionistas contra aqueles que se exprimem. A pressão de massa sobre os representantes eleitos pode impelir alguns a reconsiderar o seu abjeto servilismo aos seus "contribuidores" sionistas e aos seus colegas do "Israel First" do Congresso.
8- Uma campanha patriótica à escala nacional deveria exigir que o lobby de Israel, especialmente a AIPAC, confessasse tudo e se registrasse como um a gente estrangeiro do Estado de Israel. Isto pode minar o apelo do lobby aos judeus americanos, reduzir a sua influência sobre o Congresso e abrir processos e investigações judiciais sobre o seu abuso de isenções fiscais, lavagem de dinheiro e conduzir a revelações sobre a sua aquisição traiçoeira de documentos confidenciais do Estado americano para uma potência estrangeira. Há uma poderosa base política e legal para uma tal negação do status de isenção fiscal do lobby e da sua legalidade, além da evidência transparente e esmagadora de que todas as organizações sionistas atuam como correias de transmissão para políticas do Estado israelense: Do princípio da década de 1950 até 1963, o precursor da AIPAC foi obrigado a registrar-se como um agente estrangeiro do Estado de Israel. Mais recentemente, um promotor israelense apresentou prova de que a Agência Israelense-Judia e seus equivalentes dos EUA estavam a lavar milhares de milhões de dólares especialmente para o financiamento dos assentamentos coloniais israelenses nas terras palestinas ocupadas, condenados como ilegais pelo direito internacional. Audições do Congresso, processo e novas investigações publicadas revelariam o papel do Lobby como uma Quinta Coluna para o Estado de Israel contra o interesse do povo dos Estados Unidos.
Até neutralizarmos o poder difuso da Configuração de Poder Sionista e todas as suas manifestações – na vida pública e na vida cívica americana – e sua profunda penetração nos gabinetes legislativos e executivos americanos, falharemos em impedir Israel de receber armas, financiamento e apoio político para sustentar as suas guerras de extermínio étnico.
Quando lhes disseram que a maior parte dos povos do mundo estão indignados e enraivecidos pelo assassínio em massa dos cidadãos de Gaza, podemos facilmente imaginar a desdenhosa rejeição dos principais líderes de Israel, a parafrasearam Joseph Stalin: Quantos bombardeiros, mísseis, aviões de combate e lobbies poderosos dispõem eles (os ultrajados povos do mundo)?
[*] Autor de Zionism, Militarism and the Decline of US Power .
O original encontra-se em
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=11583