ONU cobra responsabilidade de Israel e pede investigação dos últimos bombardeios com mortos
0
A ONU (Organização das Nações Unidas) exigiu nesta terça-feira (6) que Israel assuma responsabilidades e pediu o início de uma investigação independente sobre o bombardeio nas últimas 24 horas de três escolas da organização na faixa de Gaza que serviam de abrigo a civis. Ao menos 43 pessoas morreram nos dois bombardeios.
"Não vou especular sobre as razões pelas quais fizeram os ataques, estou simplesmente constatando um fato, por isso exijo responsabilidades, algo que, neste conflito, foi muito pouco exigido às duas partes", disse o diretor das operações em Gaza da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), John Ging.
Ele assegurou que as instalações das Nações Unidas bombardeadas estavam identificadas com as bandeiras azuis da organização, e que o Exército israelense tinha recebido as coordenadas dos edifícios.
Ging afirmou que a UNRWA fornece regularmente ao Exército de Israel as coordenadas geográficas exatas das suas instalações. "É claro que seria inteiramente inevitável que, se disparos de artilharia caíssem naquela área, haveria um altíssimo número de mortos," disse o diretor sobre o ataque à escola Al-Fakhoura, no campo de refugiados de Jabalya.
"As pessoas inocentes de Gaza querem e têm direito a exigir responsabilidades, para que, assim, se imponha o direito, e não o império do fuzil", afirmou Ging em entrevista coletiva concedida por videoconferência a partir do território palestino
Questionado sobre a possível presença de militantes do Hamas no entorno da escola Al-Fakhoura no momento do ataque, Ging disse que aquele é um local de confrontos, "de modo que há intensa atividade militar e militante naquela área".
Ele afirmou, no entanto, que os funcionários da ONU realizaram uma triagem dos refugiados para evitar que os militantes se aproveitassem da situação. "Até agora não tivemos violações das nossas instalações por parte de militantes", disse ele.
Ging informou ainda que três palestinos foram mortos em outro incidente, num bombardeio aéreo israelense contra outra escola da ONU, a Asma, em Beit Lahia, numa área onde naquele momento não havia confrontos. Mais de 400 palestinos estão abrigados no local.
Além dos ataques às escolas, na manhã desta terça-feira, um edifício ao lado de um centro de saúde da ONU foi atingido por disparos israelenses, deixando 10 feridos, inclusive sete funcionários e três pacientes, segundo Ging.
Outro míssil caiu perto de uma terceira escola da ONU na terça-feira, mas não explodiu, segundo o diretor. Ging pediu uma investigação independente sobre os ataques contra instalações da ONU e arredores.
*Com as agências internacionais