O diretor de operações da agência da ONU (Organização das Nações Unidas) na faixa de Gaza, John Ging, afirmou nesta terça-feira que a comunidade internacional precisa proteger os civis palestinos. "A primeira e a última coisa que todas as pessoas me dizem é "por favor, nós precisamos de proteção, nenhum lugar é seguro. E elas têm razão, não é mesmo. Os números de vítimas mostram isso."
Desde o começo da grande ofensiva do Exército israelense contra o grupo radical islâmico Hamas na faixa de Gaza, 18 dias atrás, mais de 900 palestinos morreram e cerca de 4.000 ficaram feridos. Conforme Ging, pela Convenção de Genebra, a população tem o direito de obter proteção da comunidade internacional. "É um teste à nossa humanidade."
Ging defendeu um cessar-fogo imediato e disse que nenhum trabalho humanitário será suficiente enquanto houver combate. "O mais importante é que há uma crise de proteção. Existe uma população civil que não tem para onde ir e o conflito acontece em toda a parte."
"O fluxo de feridos continua crescendo. Quase metade é de mulheres e crianças", afirmou a porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha Dorothea Krimitsas.
Neste sábado (10), Israel e o Hamas rejeitaram a proposta de cessar-fogo aprovada no dia anterior pelo Conselho de Segurança da ONU e mantiveram os ataques mútuos. Delegação do Hamas discute propostas de cessar-fogo com o governo egípcio, enquanto Israel recebe, nesta quinta-feira (15), a visita do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Confronto
Entre a noite desta segunda-feira e a madrugada desta terça-feira, os israelenses disseram ter atacado cerca de 60 alvos do Hamas em Gaza, incluindo um hotel que seria utilizado para abrigar membros do Hamas e 15 túneis que servem para o contrabando tanto de armas para os militantes quanto de água e alimentos para a população.
Durante esta terça-feira, os israelenses fecharam o cerco à cidade de Gaza, que possui 500 mil habitantes. Um morador do subúrbio da cidade de Gaza afirmou que está trancado dentro de casa, com mais 15 familiares, com medo de olhar pela janela. "Desligamos até os celulares porque temos medo de os soldados nos tanques os escutarem."
Informações preliminares de fontes médicas de Gaza indicam que, apenas nesta terça-feira, 18 supostos integrantes do Hamas e três civis palestinos morreram.
Com Reuters e Associated Press