Dois oficiais da Defesa de Israel afirmaram neste domingo terem atingido fortemente líderes do movimento radical palestino do Hamas. Desde o início da ofensiva, em 27 de dezembro, mais de 800 palestinos e 13 israelenses morreram.
De acordo com o chefe da inteligência israelense, Amos Yadlin, o Hamas foi atingindo fortemente com a morte de alguns líderes. Yadlin disse que "o grupo não parece estar disposto a levantar nenhuma bandeira branca".
Autoridades israelenses afirmam que "muitos moradores de Gaza estão furiosos com o Hamas, por estarem um provocando um desastre na cidade." Hoje, durante uma ofensiva em uma das áreas mais populosas, ao menos 27 palestinos foram mortos, mesmo com os pedidos da comunidade internacional de cessar-fogo.
Segundo fontes médicas locais, metade dos palestinos mortos nos últimos confrontos são civis. O líder o Hamas, Khaled Meshaal, disse que o movimento islâmico não está considerando um cessar-fogo, enquanto as operações aéreas, marítimas e ao redor de Gaza não terminarem. Hoje, uma delegação do Hamas foi ao Cairo, no Egito, tentar alguma negociação.
De acordo com jornal "Hareetz", o governo de Israel afirma que militares do Hamas têm tentado derrubar aviões de caça israelenses com mísseis, mas não estão tendo sucesso. "Forças de segurança de Israel têm notado um grande esforço do Hamas em melhorar a capacidade militar. Alguns membros esconderam mísseis em mesquitas de Gaza e tentam contrabandear armas", informa o jornal.
Divergências
Hoje, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, afirmou que a ofensiva israelense na faixa de Gaza está se aproximando de seus objetivos, mas continuará. "Israel está muito próximo do seu objetivo. Mas temos que ser pacientes, determinantes e fortes para saber que teremos que mudar a situação de segurança no sul", disse Olmert.
O vice-ministro israelense da Defesa, Matan Vilnaï, no entanto, disse que o fim da ofensiva está próximo. "A decisão do Conselho de Segurança [pedindo um cessar-fogo] não nos dá mais tanta margem de manobra. Portanto, suponho que estamos próximos do fim das ações terrestres e do conjunto das operações de uma maneira geral", afirmou Vilnaï à rádio pública.
O ministro da Defesa, Ehud Barak, disse que o Exército israelense continua "com eficácia" sua ofensiva ao mesmo tempo que o governo "explora vias diplomáticas para encerrar a operação".
Olmert justificou a recusa de Israel de suspender sua ofensiva contra o Hamas apesar do número elevado de vítimas civis palestinas e um apelo explícito do Conselho de Segurança da ONU para um cessar-fogo imediato.
"Nenhuma resolução que seja no passado ou no futuro poderá nos tirar o direito de defender nossos cidadãos", disse em referência aos disparos de foguetes do Hamas contra o sul de Israel. O primeiro-ministro acusou as Nações Unidas de tomar partido contra Israel.
"Nós não alimentamos a ilusão de que o que parece evidente e natural para qualquer outro Estado do planeta, quando se trata de defender seus cidadãos, seria válido para Israel", afirmou Ehud Olmert.
A resolução que foi adotada por 14 dos 15 países membros do Conselho da ONU, pede "um cessar-fogo imediato, duradouro e plenamente respeitado, que leve à retirada completa das forças israelenses de Gaza". O documento condena qualquer violência e hostilidade contra civis e qualquer ato de terrorismo, sem designar explicitamente os tiros de foguetes do Hamas, e pede o fornecimento sem obstrução da ajuda humanitária.
Tática
Segundo fontes israelenses entrevistadas pela agência de notícias Efe, o Exército israelense tem atuado com dureza em Gaza, a fim de evitar o aumento no número de baixas entre soldados -- como ocorreu no conflito com o braço armado do Hamas, o grupo militar do Hizbollah, em 2006.
De acordo com os militares, quando existe alguma suspeita que um militar palestino está escondido em uma casa, a ordem recebida para os soldados é lançar um míssil e abrir fogo com os tanques. A medida, segundo as fontes do Exército, seria evitar um confronto direto entre os soldados israelenses e os palestinos.
Com agências internacionais